|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Francês traz fusão com a dança contemporânea
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Do epicentro Nova York, nos
anos 70, passando pela chegada
à França, na década seguinte, e
com forte recepção no Brasil,
também nos anos 80 e 90, a cultura hip hop não só expande
seu território como cada vez
mais interage com outras artes.
"Hoje, o que está em jogo na
dança hip hop é continuar a explorar diferentes correntes artísticas inspiradoras da história
da dança contemporânea", afirma o bailarino e coreógrafo
francês Hamid Ben Mahi, filho
de imigrantes argelinos, que faz
esta noite a última apresentação do solo "Chronics(s)" no
Sesc Ipiranga, em São Paulo.
A palavra em cena
O projeto marca o encontro
de Ben Mahi, de formação básica autodidata, com o diretor de
teatro Michel Schweizer, também francês. O espetáculo intercala decomposição, misturas e combinações nos movimentos do corpo (inclusive releitura da dança clássica) ao
mesmo tempo que faz uma reflexão sobre o sentido da palavra em cena.
Projeções em vídeo apóiam
as narrativas gestuais e verbais
na chave do depoimento pessoal e de assuntos polêmicos,
como o racismo e a xenofobia.
"A cultura hip hop nasce da
urgência. A urgência de experimentar e de reivindicar sua
existência", afirma Ben Mahi,
fundador da cia. Hors Série.
"Ela é universal e onipresente
em todas as artes: o teatro, a
música, as artes de rua, o circo,
o cinema".
Para o adido cultural da
França em São Paulo, Philippe
Ariagno, o trabalho de Ben Mahi soma-se às passagens recentes pela cidade do bailarino e
ator francês Pierre Rigal
("Erection") e do cenógrafo
Philippe Quesne ("La Démangeaison des Ailes"), artistas
adeptos do hibridismo na arte.
Para Ariagno, "Cronic(s)" é
uma "resposta perfeita aos
acontecimentos que inflamaram as periferias das cidades
francesas meses atrás".
CHRONIC(S)
Onde: Sesc Ipiranga (r. Bom Pastor,
822, tel. 0/xx/113340-2000)
Quando: hoje, às 21h
Quanto: R$ 3 a R$ 12
Texto Anterior: Break volta à cena em batalha mundial Próximo Texto: Saiba mais: Breakdance nasceu no gueto nova-iorquino Índice
|