São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 2006

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THIAGO NEY

As mulheres contra o "NME"

Semanário divulga lista dos "mais cool" com vários artistas femininos, mas dá a capa para banda masculina

TEM COISA mais "uncool" do que votação para eleger quem é "cool"? A lista que o semanário "NME" solta todo final de ano, com as 50 pessoas mais "cool" do planeta enerva aqueles que levam música pop muito a sério, mas não dá para negar que a iniciativa traz uma leitura saborosa. E a última, divulgada nesta semana, aponta algumas curiosidades.
A primeira é que, em décimo lugar, a publicação coloca Lovefoxxx, vocalista do Cansei de Ser Sexy. Depois, porque entre os dez "mais cool", cinco são mulheres. Mais: a pessoa mais "cool" do planeta, segundo o "NME" (semanário voltado para indies masculinos que vive dando capa para Pete Doherty, Liam Gallagher, Arctic Monkeys e Coldplay) é Beth Ditto, que além de vocalista do Gossip, é feminista, lésbica e orgulhosamente gorda. "Gosto da palavra "gorda", vejo como algo positivo, de alguém que se sente bem com o corpo que tem, em vez de tentar modificá-lo", ela disse em entrevista à Folha em agosto passado.
Aí aconteceu o seguinte: a idéia do "NME" era dar a capa da edição desta semana para algumas das mulheres que estão na lista, como Ditto, Lily Allen e Kate Jackson (do Long Blondes). A foto reunindo elas foi feita. Só que o "NME" chegou às bancas com o... Muse. Lily Allen não agüentou e soltou a boca (ou a mão...) em seu blog. Direcionado a Conor McNicholas, editor do "NME", escreveu algo como: "Vocês dizem que nós mulheres trouxemos "energia nova", mas nós sempre estivemos aqui, seus idiotas arrogantes. Vocês tinham a chance de mostrar que realmente acreditam nisso, mas preferiram colocar o Muse na capa. Porque acham que seus leitores não comprariam uma revista que estampasse uma lésbica acima do peso". Lily Allen é muito cool.

 

Dá para imaginar Kiko Zambianchi em rap? Pois o cantor está no disco do norte-americano Lil" Scrappy. A história: Zambianchi havia feito "Deu na Louca". O produtor Disco D, ex de Luciana Vendramini, veio ao país e, com o brasileiro, fez uma versão dançante. Scrappy gostou. Tirou o vocal em português e conservou a base rítmica, inclusive com o violão. E aí surgiu "Right Away". E a música é boa.

thiago@folhasp.com.br

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