|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
THIAGO NEY
As mulheres contra o "NME"
Semanário divulga lista dos "mais cool" com vários artistas femininos, mas dá a capa para banda masculina
TEM COISA mais "uncool" do
que votação para eleger quem
é "cool"? A lista que o semanário "NME" solta todo final de ano,
com as 50 pessoas mais "cool" do
planeta enerva aqueles que levam
música pop muito a sério, mas não
dá para negar que a iniciativa traz
uma leitura saborosa. E a última, divulgada nesta semana, aponta algumas curiosidades.
A primeira é que, em décimo lugar, a publicação coloca Lovefoxxx,
vocalista do Cansei de Ser Sexy.
Depois, porque entre os dez "mais
cool", cinco são mulheres. Mais: a
pessoa mais "cool" do planeta, segundo o "NME" (semanário voltado
para indies masculinos que vive
dando capa para Pete Doherty, Liam
Gallagher, Arctic Monkeys e Coldplay) é Beth Ditto, que além de vocalista do Gossip, é feminista, lésbica e
orgulhosamente gorda. "Gosto da
palavra "gorda", vejo como algo positivo, de alguém que se sente bem
com o corpo que tem, em vez de tentar modificá-lo", ela disse em entrevista à Folha em agosto passado.
Aí aconteceu o seguinte: a idéia
do "NME" era dar a capa da edição
desta semana para algumas das
mulheres que estão na lista, como
Ditto, Lily Allen e Kate Jackson (do
Long Blondes). A foto reunindo
elas foi feita. Só que o "NME" chegou às bancas com o... Muse.
Lily Allen não agüentou e soltou
a boca (ou a mão...) em seu blog. Direcionado a Conor McNicholas,
editor do "NME", escreveu algo como: "Vocês dizem que nós mulheres trouxemos "energia nova", mas
nós sempre estivemos aqui, seus
idiotas arrogantes. Vocês tinham a
chance de mostrar que realmente
acreditam nisso, mas preferiram
colocar o Muse na capa. Porque
acham que seus leitores não comprariam uma revista que estampasse uma lésbica acima do peso".
Lily Allen é muito cool.
Dá para imaginar Kiko Zambianchi
em rap? Pois o cantor está no disco
do norte-americano Lil" Scrappy. A
história: Zambianchi havia feito
"Deu na Louca". O produtor Disco
D, ex de Luciana Vendramini, veio
ao país e, com o brasileiro, fez uma
versão dançante. Scrappy gostou.
Tirou o vocal em português e conservou a base rítmica, inclusive
com o violão. E aí surgiu "Right
Away". E a música é boa.
thiago@folhasp.com.br
Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: CDs Índice
|