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São Paulo, quarta-feira, 24 de dezembro de 2003

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CRÍTICA

Por quem choram os hobbits

DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Maior , melhor e com cortes. Alguém já definiu assim a última parte da trilogia de "O Senhor dos Anéis", que aumenta um exército aqui, elimina uma passagem do livro acolá, mas sem sombra de dúvidas coroa Peter Jackson como um dos grandes diretores de aventura ao lado de George Lucas e Steven Spielberg.
E a torcida grita: "Eu já sabia!". Pois bem, trata-se do clímax da jornada de um herói, no caso do jovem hobbit Frodo Bolseiro, e ficam reservados para o final as grandes decisões, as batalhas e superações mais doloridas, as revelações e -dúvida?- o final feliz.
Se "A Sociedade do Anel" serviu como um passeio turístico pela exuberante e traiçoeira natureza de Tolkien, e "As Duas Torres" injetou dúvida e suspense na trajetória de cada um dos personagens, "O Retorno do Rei" só confirma o que todos já sabiam.
O esquizofrênico Gollum vai trair o "mestre". Os heróis vão resistir ao novo ataque de Sauron. O bravo Aragorn vai retornar ao trono de seus antecessores. E, claro, o tal anel será destruído.
Enfim, pouco disso importa, ou importa menos se considerarmos a maneira como esse conto de fadas foi "lido" por Jackson: da sensibilidade de enxergar sua Terra Média na Nova Zelândia -quando, para Tolkien, ela não iria além do Norte da Europa-, ao perfeccionismo de escolher o ator certo para a barba certa.
Fora os efeitos especiais, que, além de brilhar o olho de Sauron, permitiu ao diretor (re)produzir batalhas de dez, cem mil soldados sem gastar um tostão com figurantes, construir palácios e dar vida (crível) a criaturas fantásticas como whargs, dragões e trolls.
Pena que tanta tecnologia não tenha servido para eliminar a enxurrada de lágrimas de hobbits de "O Retorno do Rei". Dizem que eles não suportam despedidas.


O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei
Lord of the Rings - The Return of the King
   
Direção: Peter Jackson
Com: Elijah Wood, Ian McKellen



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