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São Paulo, quarta-feira, 24 de dezembro de 2003

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POLÍTICA CULTURAL

Em balanço do primeiro ano de sua gestão, secretária da Cultura diz que polêmicas eram previsíveis

"Fogueira de vaidades" faz parte, diz Costin

DA REPORTAGEM LOCAL

Em balanço do primeiro ano de sua gestão na Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, Cláudia Costin afirmou que teve de lidar com uma "fogueira de vaidades".
Formada em administração pública e ex-ministra da Administração Federal (1998/1999), Costin, 47, assumiu a pasta no início de 2003 com certa desconfiança por parte da classe artística.
Dentre as dificuldades que disse à Folha ter encontrado no comando da secretaria, Costin citou a "fogueira de vaidades", afirmando que isso "faz parte do papel" e que era "previsível".
"Qualquer secretário da Cultura tem de lidar com fogueira de vaidades. E, se a gente for ser rigoroso, em outras áreas há outras fogueiras de vaidades. A fogueira de vaidades aqui atua de uma forma diferente da que existe entre economistas, mas em todas as áreas há. Aprendi a lidar com isso ao longo de minha vida pública."
Para ela, mais problemático foi o que chamou de "desestruturação da secretaria". "Há problemas graves de gestão que, para serem solucionados, exigem infra-estrutura que não foi montada."
O problema, diz, é a dificuldade com os contratos de profissionais da pasta. "Quando desativaram o Baneser [empresa usada para o Estado contratar funcionários sem concurso, extinta em 1995], resolveram o problema do clientelismo. Mas ele também foi criado para áreas que precisavam de flexibilidade, e não temos condições de operação adequada."
Costin diz ter solucionado um terço das irregularidades contratuais detectadas em 2002 pelo Ministério Público envolvendo cerca de 3.000 funcionários.

Osesp e Cultura
Polêmica das mais recentes, a renovação do contrato de John Neschling, maestro da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado) foi acertada, e ele manterá até 2005 o salário anual de R$ 1,2 milhão.
A TV Cultura, outro centro de crise em 2003, está bem encaminhada (uma administradora indicada pelo governador Geraldo Alckmin passou a comandar as finanças), na opinião de Costin, mas ainda precisa "consolidar a boa gestão" e "avançar na digitalização". Ela considera destaques deste ano o programa de implementação de bibliotecas e o fomento ao cinema (leia ao lado).
(LAURA MATTOS)


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