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POLÍTICA CULTURAL
Em balanço do primeiro ano de sua gestão, secretária da Cultura diz que polêmicas eram previsíveis
"Fogueira de vaidades" faz parte, diz Costin
DA REPORTAGEM LOCAL
Em balanço do primeiro ano de
sua gestão na Secretaria de Estado
da Cultura de São Paulo, Cláudia
Costin afirmou que teve de lidar
com uma "fogueira de vaidades".
Formada em administração pública e ex-ministra da Administração Federal (1998/1999), Costin, 47, assumiu a pasta no início
de 2003 com certa desconfiança
por parte da classe artística.
Dentre as dificuldades que disse
à Folha ter encontrado no comando da secretaria, Costin citou
a "fogueira de vaidades", afirmando que isso "faz parte do papel" e que era "previsível".
"Qualquer secretário da Cultura
tem de lidar com fogueira de vaidades. E, se a gente for ser rigoroso, em outras áreas há outras fogueiras de vaidades. A fogueira de
vaidades aqui atua de uma forma
diferente da que existe entre economistas, mas em todas as áreas
há. Aprendi a lidar com isso ao
longo de minha vida pública."
Para ela, mais problemático foi
o que chamou de "desestruturação da secretaria". "Há problemas
graves de gestão que, para serem
solucionados, exigem infra-estrutura que não foi montada."
O problema, diz, é a dificuldade
com os contratos de profissionais
da pasta. "Quando desativaram o
Baneser [empresa usada para o
Estado contratar funcionários
sem concurso, extinta em 1995],
resolveram o problema do clientelismo. Mas ele também foi criado para áreas que precisavam de
flexibilidade, e não temos condições de operação adequada."
Costin diz ter solucionado um
terço das irregularidades contratuais detectadas em 2002 pelo Ministério Público envolvendo cerca
de 3.000 funcionários.
Osesp e Cultura
Polêmica das mais recentes, a
renovação do contrato de John
Neschling, maestro da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado) foi
acertada, e ele manterá até 2005 o
salário anual de R$ 1,2 milhão.
A TV Cultura, outro centro de
crise em 2003, está bem encaminhada (uma administradora indicada pelo governador Geraldo
Alckmin passou a comandar as finanças), na opinião de Costin,
mas ainda precisa "consolidar a
boa gestão" e "avançar na digitalização". Ela considera destaques
deste ano o programa de implementação de bibliotecas e o fomento ao cinema (leia ao lado).
(LAURA MATTOS)
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