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Crítica
Aberto em dezembro, Oscar Café irrita com serviço em descompasso
JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA
As primeiras impressões
na primeira visita ao
Oscar Café, na rua Oscar Freire, foram contrastantes. O lugar -um espaço pequeno, com luz natural entrando
por um jardinzinho lateral- é
moderno e bonito. A hostess é
simpática e atenciosa. Mas, ao
pedir uma caipirinha, tive de
ouvir que a casa só servia vodca,
não cachaça (ecoando o velho
preconceito de que esta seria
coisa de pobres e bêbados, ainda comum à nossa caricata burguesia, que, aliás, se refestela na
rua em frente). Daí em diante,
foi um suplício ser atendido, receber a comida e a bebida (ensinaram ao garçom que cachaça
não é bom, mas não lhe explicaram a diferença entre um branco seco e outro de sobremesa).
O restaurante fechou durante a virada do ano e em nossa
segunda visita estava com nova
turma no salão. A hostess ainda
é a mesma, para sorte dos clientes (é ela quem nota, e procura
socorrer, quem está sofrendo
com o ar-condicionado, quem
se desespera à procura de um
garçom, quem se irrita com as
demoras). Mas o serviço continua num lamentável despreparo. Já era tempo de ter se ajustado: o local foi aberto no início
de dezembro -a proprietária é
a administradora Maria Alice
Pereira, 37, que nos últimos
dois anos teve franquias ligadas
à área de alimentos. Para montar o café, contou inicialmente
com a consultoria dos chefs
Olivier Anquier e Lelena César.
O menu é breve e não é terrível como o serviço. Tem alguns
sanduíches bem montados (o
de camembert e presunto cru,
por exemplo, é simples, mas
correto) e poucos pratos. As saladas são vistosas (se você pedir
mais tempero, seja rápido porque o saleiro logo some). Há
uma seção de quiches e outra
de omeletes. São cinco pratos
quentes: o de penne com presunto cru, tomate e mozarela
de búfala é gostoso, especialmente se não vier frio (se pedir
queijo ralado, prepare-se para
receber uma porção racionada). O atum grelhado, embora
lhe advirtam que vem cru no
meio, não virá (a fatia é tão fina
que é difícil fazê-la malpassada), mas fora o problema do
ponto, tem um molho saboroso. A milanesa de vitelo vem
bem sequinha. Seguindo a tradição dos cafés franceses, você
pode contar com o pain perdu
(rabanada). E, honrando as tradições do país, agora também é
servida caipirinha de verdade,
com cachaça.
josimar@basilico.com.br
OSCAR CAFÉ
Avaliação: regular
Endereço: r. Oscar Freire, 727-A, Jardins, tel. 0/xx/11/
3063-5209
Funcionamento: seg. a sex., das
9h30 às 22h30; sab., das 9h30 às
20h; dom., das 10h às 18h
Ambiente: pequeno, bonito
Serviço: demencial, nada
funciona (apesar do esforço da
hostess, que tenta ajudar os
clientes exasperados)
Vinhos: oferta limitada (apenas
dois brancos, por exemplo)
Cartões: todos
Estacionamento: R$ 8 (1 hora)
Preços: entradas, R$ 8 a R$
22,50; sanduíches, R$ 16 a R$
23,90; pratos principais, R$ 16,90
a R$ 32; sobremesas, R$ 9,80
a R$ 11,30
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