São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

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Crítica

Aberto em dezembro, Oscar Café irrita com serviço em descompasso

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

As primeiras impressões na primeira visita ao Oscar Café, na rua Oscar Freire, foram contrastantes. O lugar -um espaço pequeno, com luz natural entrando por um jardinzinho lateral- é moderno e bonito. A hostess é simpática e atenciosa. Mas, ao pedir uma caipirinha, tive de ouvir que a casa só servia vodca, não cachaça (ecoando o velho preconceito de que esta seria coisa de pobres e bêbados, ainda comum à nossa caricata burguesia, que, aliás, se refestela na rua em frente). Daí em diante, foi um suplício ser atendido, receber a comida e a bebida (ensinaram ao garçom que cachaça não é bom, mas não lhe explicaram a diferença entre um branco seco e outro de sobremesa).
O restaurante fechou durante a virada do ano e em nossa segunda visita estava com nova turma no salão. A hostess ainda é a mesma, para sorte dos clientes (é ela quem nota, e procura socorrer, quem está sofrendo com o ar-condicionado, quem se desespera à procura de um garçom, quem se irrita com as demoras). Mas o serviço continua num lamentável despreparo. Já era tempo de ter se ajustado: o local foi aberto no início de dezembro -a proprietária é a administradora Maria Alice Pereira, 37, que nos últimos dois anos teve franquias ligadas à área de alimentos. Para montar o café, contou inicialmente com a consultoria dos chefs Olivier Anquier e Lelena César.
O menu é breve e não é terrível como o serviço. Tem alguns sanduíches bem montados (o de camembert e presunto cru, por exemplo, é simples, mas correto) e poucos pratos. As saladas são vistosas (se você pedir mais tempero, seja rápido porque o saleiro logo some). Há uma seção de quiches e outra de omeletes. São cinco pratos quentes: o de penne com presunto cru, tomate e mozarela de búfala é gostoso, especialmente se não vier frio (se pedir queijo ralado, prepare-se para receber uma porção racionada). O atum grelhado, embora lhe advirtam que vem cru no meio, não virá (a fatia é tão fina que é difícil fazê-la malpassada), mas fora o problema do ponto, tem um molho saboroso. A milanesa de vitelo vem bem sequinha. Seguindo a tradição dos cafés franceses, você pode contar com o pain perdu (rabanada). E, honrando as tradições do país, agora também é servida caipirinha de verdade, com cachaça.


josimar@basilico.com.br

OSCAR CAFÉ
Avaliação: regular
Endereço: r. Oscar Freire, 727-A, Jardins, tel. 0/xx/11/ 3063-5209
Funcionamento: seg. a sex., das 9h30 às 22h30; sab., das 9h30 às 20h; dom., das 10h às 18h
Ambiente: pequeno, bonito Serviço: demencial, nada funciona (apesar do esforço da hostess, que tenta ajudar os clientes exasperados)
Vinhos: oferta limitada (apenas dois brancos, por exemplo)
Cartões: todos
Estacionamento: R$ 8 (1 hora)
Preços: entradas, R$ 8 a R$ 22,50; sanduíches, R$ 16 a R$ 23,90; pratos principais, R$ 16,90 a R$ 32; sobremesas, R$ 9,80 a R$ 11,30


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