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Takeshi Kitano Vol.8
Leia entrevista à Folha do diretor de "Hana-Bi", mais importante e ocupado cineasta japonês da atualidade, que prepara seu 8º longa
ERIKA SALLUM
da Reportagem Local
Takeshi Kitano pode ser um nome ainda pouco conhecido no Brasil. No Japão, no entanto, o diretor
de "Hana-Bi" é uma das personalidades mais famosas do país.
Vencedor do Leão de Ouro no
Festival de Veneza e do Prêmio da
Crítica da Mostra de Cinema de SP,
em 97, Kitano também é comediante e comanda cinco programas na TV japonesa -em três
emissoras, no horário nobre.
Escreve regularmente em jornais, publica romances e poesia,
pinta quadros e faz HQ.
Polêmico -adora fazer filmes
centrados na yakusa, a máfia japonesa-, rebelde, muitas vezes violento, o cineasta se dedica agora a
seu mais novo projeto: o oitavo filme, com previsão de estrear no Japão na primavera deste ano.
Envolto em mistério, o longa,
mais uma vez, trará Kitano como
ator principal, no papel de um homem que ajuda um garoto a encontrar a mãe. Ainda sem título
definido, o filme pode vir a se chamar apenas "-Vol 8-" ou, segundo
a revista francesa "Les Inrockuptibles", "Kikujiro", nome do protagonista e do pai do diretor.
A obra ainda não tem data de estréia no Brasil. Leia a seguir trechos da entrevista, via fax, que o
Kitano concedeu à Folha.
Folha - Seu novo filme representa uma mudança radical de estilo e
temática?
Takeshi Kitano - O filme já está
quase pronto, mas não gostaria de
implantar idéias pré-concebidas
na cabeça do público. Tudo o que
posso adiantar é que quero tentar
algo totalmente diferente de "Hana-Bi", algo oposto ao que as pessoas consideram "kitanesco", como a inesperada violência espalhada em escassos diálogos etc.
Penso numa história clássica e
tradicional, sobre um garoto à procura da mãe, de quem se separou
quando pequeno, e um homem
desempregado de meia-idade que
ajuda o menino na busca.
Folha - Na Internet, há uma verdadeira "kitanomania", com sites
ingleses, suecos, italianos etc.
Kitano - Fico honrado que pessoas de países tão distintos gostem
de mim. Às vezes tenho a impressão de que os ocidentais são mais
"capazes" de entender meus filmes
que os japoneses. Foi o que senti
com "Hana-Bi" em Veneza. Mas
tento não ficar analisando o porquê. Quando você começa a fazer
isso, tende a repetir coisas do passado e vira paródia de si mesmo.
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