São Paulo, sexta-feira, 25 de fevereiro de 2000


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CRIME
Artista plástico holandês confessa assassinato de sua companheira, que ele descreveu em livro policial
Matou a mulher e escreveu romance

das agências internacionais

Um recluso artista plástico holandês confessou ter assassinado sua mulher e, depois, ter escrito um livro descrevendo o crime.
O livro, chamado "Quarta-feira, Dia de Almôndegas de Carne", havia sido recusado por diversas editoras holandesas, mas agora pode ser publicado.
Richard Klinkhamer, um ermitão de 62 anos, confessou à polícia no fim-de-semana passado ter sido o autor do assassinato da enfermeira Hannelore Larentia Klinkhamer-Godfrion, desaparecida havia nove anos.
O casal morava numa casa rural em Gandedijk, norte da Holanda, onde, até 97, Klinkhamer exercia sua faceta de artista plástico, fazendo esculturas com ossos de animais. Uma recente reforma no jardim, ordenada pelos novos inquilinos da casa, resultou no descobrimento de alguns restos humanos. A polícia holandesa afirmou que a arcada dentária pertencia à enfermeira desaparecida.
Depois disso, Klinkhamer confessou o crime, dizendo que a golpeou com um objeto na cabeça após uma discussão, mas não revelou o que fez com o corpo.
Desde 91, Klinkhamer era suspeito do crime. Chegou a ser preso, mas foi solto por falta de provas. Em 92, ele escreveu "Quarta-feira, Dia de Almôndegas de Carne" baseado em sua história.
No livro, um homem mata sua mulher e desaparece com o corpo. Em seguida, o livro de Klinkhamer dá apenas dicas -sete versões, ao todo- sobre o que aconteceu com o cadáver.
A polícia já escolheu a sua: suspeita-se que o artista triturou a maior parte do corpo da mulher em uma máquina moedora de carnes (daí o grotesco título da obra). A suspeita acontece porque uma máquina moedora industrial foi apreendida quando Klinkhamer foi preso.
"O leitor deve tirar suas próprias conclusões", disse o autor, em entrevista a uma rádio holandesa em 1994, quando nenhuma editora se interessou em publicar seus escritos.
Agora, preso, tem recebido ofertas das editoras. Como seu advogado desaconselhou a publicação, Klinkhamer estuda reescrever partes do livro.
Da mesma forma que o artista plástico holandês, um traficante de drogas americano transformou seu crime em uma "obra de entretenimento".
No mês passado, o traficante Robert Hayes, 31, se declarou culpado de dez acusações em uma corte de Louisville (EUA).
Na confissão, ele declarou que usou parte do dinheiro que ganhou ilegalmente para produzir, escrever e estrelar um filme de ficção sobre tráfico de drogas.
Na fita, chamada "O Vencedor Leva Tudo", Hayes interpreta um traficante de drogas.


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