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NETVOX
Faça você mesmo, sem dor
MARIA ERCILIA
Colunista da Folha
Foi-se o tempo em que, para
colocar um site pessoal no ar, o
indivíduo precisava de habilidades quase de programador. Uma
nova geração de ferramentas resolve o problema de quem quer
botar a cara na rede sem suar
muito para isso. Os novos softwares são tão simples que qualquer
um que já salvou um documento
no "Word" consegue também criar
um site.
Um dos mais fáceis de usar desses novos programas é o "Trellix". É
gratuito e inclui uma biblioteca
de imagens e vários "wizards",
que permitem que vários tipos de
conteúdo (mapas, música etc.) sejam adicionados a um site. "Trellix" foi feito para o mercado corporativo, mas logo seus autores
descobriram que quase metade
dos usuários estavam criando sites pessoais.
Graças ao "Trellix" e a outros programas de publicação de sites, começam a se criar comunidades de
sites pessoais diferentes: são os
"weblogs" -sites pessoais bem
simples e básicos, geralmente
uma coleção de links comentados,
como se fossem notas de rodapé
sobre curiosidades encontradas
na Internet.
Nada mais manjado -os "weblogs" são uma ampliação da página de "links preferidos" que
sempre se encontra em sites pessoais, uma das instituições mais
antigas da Internet. A diferença é
que agora eles têm um novo apelido e se agrupam em portais que
funcionam como fontes de informação alternativa. E que nunca
foram tão fáceis de fazer: basta se
inscrever no site e editar as páginas diretamente no programa de
navegação.
A tendência é que esse tipo de
conteúdo ainda cresça muito. A
empresa de pesquisa Forrester
Research afirma que mais de 90%
dos usuários norte-americanos
devem criar algum conteúdo pessoal na rede, para compartilhar
com amigos e conhecidos.
Para a Forrester, o mercado de
criação de ferramentas para facilitar esse intercâmbio vai se expandir muito.
Antes disso tudo, alguns navegadores solitários já lançavam
suas frugais páginas de notas sobre os sites que percorrem todos
os dias -entre eles "Stating the
Obvious", que vem sendo publicado desde 95, e que fala principalmente de Internet. Outro deles, "Memepool", discorre sobre os
mais variados temas há dois
anos.
Blogger (www.blogger.com) é
uma das maiores comunidades
-também começou como uma
ferramenta de edição de páginas,
mas o site acabou virando ponto
de reunião de milhares de "weblogs".
"Manila" é outro software que
tem um número cada vez maior
de seguidores. Por meio dele, você
pode criar um site sem jamais sair
da janela de seu programa de navegação -é de uma simplicidade
absurda. Para colocar o site na
Internet, basta clicar num botão
-nada de FTP e programas de
transmissão complicados de usar.
Algumas das comunidades que
usam "Manila": Userland (www.userland.com), criada pelo jornalista Dave Winer, voltada para a
distribuição informal de notícias
e informações, e EditthisPage
(www.editthispage.com). Nesta
última, um parágrafo define bem
o espírito da coisa: "Política editorial: Não temos nenhuma. Somos um serviço de hosting". O site
Groksoup (www.groksoup.com)
também oferece uma ferramenta
de publicação instantânea para
quem está cheio de idéias, mas
tem preguiça de fazer sites.
No EatonWeb, uma das mais
bem-organizadas comunidades
de "weblogs", o leitor pode procurar sites organizados por categoria, língua, tipo, ordem alfabética
e outros critérios.
Ainda na linha "faça você mesmo", um novo software chamado
Napster vem sendo protagonista
das últimas polêmicas envolvendo MP3. Foi criado por um garoto
de 19 anos que adorava bate-papo e música e juntou os dois numa coisa só. Napster transforma
qualquer computador num servidor de MP3 -ou seja, qualquer
um pode usar seu PC para distribuir suas músicas preferidas, enquanto bate papo com os ouvintes, também via Napster.
A empresa já foi processada pela Associação da Indústria de
Gravadoras dos Estados Unidos,
por, supostamente, estimular cópias ilegais de CDs. Agora, algumas universidades norte-americanas querem proibir o software,
porque os alunos deixam os computadores ligados durante a noite, com o Napster rodando, o que
consome muitos recursos das redes universitárias.
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