São Paulo, sexta-feira, 25 de fevereiro de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

NETVOX
Faça você mesmo, sem dor

MARIA ERCILIA
Colunista da Folha

Foi-se o tempo em que, para colocar um site pessoal no ar, o indivíduo precisava de habilidades quase de programador. Uma nova geração de ferramentas resolve o problema de quem quer botar a cara na rede sem suar muito para isso. Os novos softwares são tão simples que qualquer um que já salvou um documento no "Word" consegue também criar um site.
Um dos mais fáceis de usar desses novos programas é o "Trellix". É gratuito e inclui uma biblioteca de imagens e vários "wizards", que permitem que vários tipos de conteúdo (mapas, música etc.) sejam adicionados a um site. "Trellix" foi feito para o mercado corporativo, mas logo seus autores descobriram que quase metade dos usuários estavam criando sites pessoais.
Graças ao "Trellix" e a outros programas de publicação de sites, começam a se criar comunidades de sites pessoais diferentes: são os "weblogs" -sites pessoais bem simples e básicos, geralmente uma coleção de links comentados, como se fossem notas de rodapé sobre curiosidades encontradas na Internet.
Nada mais manjado -os "weblogs" são uma ampliação da página de "links preferidos" que sempre se encontra em sites pessoais, uma das instituições mais antigas da Internet. A diferença é que agora eles têm um novo apelido e se agrupam em portais que funcionam como fontes de informação alternativa. E que nunca foram tão fáceis de fazer: basta se inscrever no site e editar as páginas diretamente no programa de navegação.
A tendência é que esse tipo de conteúdo ainda cresça muito. A empresa de pesquisa Forrester Research afirma que mais de 90% dos usuários norte-americanos devem criar algum conteúdo pessoal na rede, para compartilhar com amigos e conhecidos.
Para a Forrester, o mercado de criação de ferramentas para facilitar esse intercâmbio vai se expandir muito.
Antes disso tudo, alguns navegadores solitários já lançavam suas frugais páginas de notas sobre os sites que percorrem todos os dias -entre eles "Stating the Obvious", que vem sendo publicado desde 95, e que fala principalmente de Internet. Outro deles, "Memepool", discorre sobre os mais variados temas há dois anos.
Blogger (www.blogger.com) é uma das maiores comunidades -também começou como uma ferramenta de edição de páginas, mas o site acabou virando ponto de reunião de milhares de "weblogs".
"Manila" é outro software que tem um número cada vez maior de seguidores. Por meio dele, você pode criar um site sem jamais sair da janela de seu programa de navegação -é de uma simplicidade absurda. Para colocar o site na Internet, basta clicar num botão -nada de FTP e programas de transmissão complicados de usar. Algumas das comunidades que usam "Manila": Userland (www.userland.com), criada pelo jornalista Dave Winer, voltada para a distribuição informal de notícias e informações, e EditthisPage (www.editthispage.com). Nesta última, um parágrafo define bem o espírito da coisa: "Política editorial: Não temos nenhuma. Somos um serviço de hosting". O site Groksoup (www.groksoup.com) também oferece uma ferramenta de publicação instantânea para quem está cheio de idéias, mas tem preguiça de fazer sites.
No EatonWeb, uma das mais bem-organizadas comunidades de "weblogs", o leitor pode procurar sites organizados por categoria, língua, tipo, ordem alfabética e outros critérios.
Ainda na linha "faça você mesmo", um novo software chamado Napster vem sendo protagonista das últimas polêmicas envolvendo MP3. Foi criado por um garoto de 19 anos que adorava bate-papo e música e juntou os dois numa coisa só. Napster transforma qualquer computador num servidor de MP3 -ou seja, qualquer um pode usar seu PC para distribuir suas músicas preferidas, enquanto bate papo com os ouvintes, também via Napster.
A empresa já foi processada pela Associação da Indústria de Gravadoras dos Estados Unidos, por, supostamente, estimular cópias ilegais de CDs. Agora, algumas universidades norte-americanas querem proibir o software, porque os alunos deixam os computadores ligados durante a noite, com o Napster rodando, o que consome muitos recursos das redes universitárias.


Texto Anterior: À milanesa
Próximo Texto: Show: Monarco se apresenta solo em SP
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.