São Paulo, quarta-feira, 25 de fevereiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MÔNICA BERGAMO

Ana Ottoni/Folha Imagem
O intérprete mangueirense Jamelão é elegantíssimo, mesmo que não ligue muito para isso


O picadeiro carioca

"É como montar um espetáculo circense." Em meio a gargalhadas, o publicitário Eduardo Fischer contava, na noite de segunda-feira, a inesquecível experiência de pilotar o camarote da Nova Schin, no Sambódromo do Rio. "Você vai procurando coisas [para colocar no camarote], as pessoas vão te mandando...." Por exemplo? "Mandaram-me até um aparelho para as mulheres fazerem xixi em pé." Seria um pouco demais, mesmo num circo, e Fischer decidiu não distribuir o tal brinde.
 
E a catarinense Mirella Santos, 20, terceira colocada no concurso Miss Playboy TV Internacional? Como foi parar no camarote? "O [apresentador] Otavio Mesquita estava cobrindo o concurso em Punta del Este e me telefonou. Eu falei: claro, temos que convidar a Miss Playboy TV. A gente convida até a Miss Janela!" A assessora da Miss Mirella passou a noite correndo atrás de jornalistas, para que a bela pudesse brilhar.
 
Faz parte do circo carnavalesco colocar muita, muita mulher bem jovem e deslumbrante no pedaço. Ao lado delas, atores (da novela das oito, de preferência) como Fábio Assunção, Macelo Faria e Daniel Dantas, empresários da moda como Tufi Duek, celebridades como Luiza Brunet (que, aliás, chegou no camarote com o marido, Armando, com quem andou "dando um tempo").
 
No camarote concorrente, o da Brahma, foram vistos chegar pelo menos três microônibus cheios de mulheres -como a santista Bianca Moretto, 23, modelo selecionada pela agência L'Equipe para embelezar o ambiente. "É uma chance de aparecer, conhecer gente", diz ela. O cineasta Alain Fresnot, por exemplo, selecionou pelo menos uma jovem atriz para o casting de seu próximo filme.
 
Algumas ficam de fora. Dizendo-se filha do ministro Guido Mantega, do Planejamento, uma jovem deu escândalo na fila dos ônibus que levavam os vips ao camarote. Queria porque queria ir até o Sambódromo. "A revista "Caras" vai adorar me ver lá. Eu sou filha do ministro Guido Mantega." Nada feito. A AmBev terminou o Carnaval sem nem saber se a moça era o que dizia ser mesmo.
 
Regina Casé também foi barrada: estava com a filha, Benedita, que é menor de idade, e a lei proíbe que as cervejarias recebam crianças no ambiente.
 
Em meio às beldades e celebridades como o trio Wanessa Camargo, Dado Dolabella e Erik Marmo (os dois são ex dela), uma surpresa: Eduardo Jorge, o EJ, ex-ministro do governo de Fernando Henrique Cardoso. Ele hoje processa jornais, jornalistas, procuradores e meio mundo por se sentir injustiçado das acusações de tráfico de influência que sofreu há quatro anos. Acha que os jornais são bonzinhos demais com o ministro José Dirceu, do governo Lula, hoje protagonista de um escândalo. "Eu só fico comparando", diz.
 
Brigas, aconteceram. Os irmãos Garnero (Mario e Alvaro) saíram no tapa com um grupo a quem acusavam de "bicheiros". O treinador de um time paulista bateu na mulher em pleno camarote da Brahma. Paciência. Circo tem dessas coisas.

@ - bergamo@folhasp.com.br

COM CLEO GUIMARÃES E ALVARO LEME

GILBERTO GIL

O que será do amanhã?

De férias e curtindo a folia na Bahia, o ministro da Cultura Gilberto Gil falou, na segunda-feira de Carnaval, sobre o futuro de sua pasta. O bate-papo aconteceu no camarote Expresso 2222, produzido por sua mulher, Flora.
 

Folha - O senhor já tem possíveis nomes para ocupar os cargos vagos no Ministério?
Gilberto Gil
- Temos em mente, mas ainda foi definido. Estou de férias até março.

Folha - Os cargos só serão ocupados depois da sua volta?
Gil
- Não. É um assunto que vai ser resolvido pelos assessores do ministério. Se tudo dependesse só de mim, estávamos fritos: eu e o país.

Folha - É verdade que o senhor ficou chateado, cabisbaixo até, por ter demitido Roberto Pinho [ex-assessor de Gil e seu amigo íntimo, acusado de irregularidades por outros assessores de sua equipe]?
Gil -
Chateado, sim. Cabisbaixo, não. Se ele tivesse atendido meu pedido de se afastar por iniciativa própria, certamente teria sido mais fácil.

Folha - Quando foi feito esse pedido?
Gil -
Na última vez que nos falamos, 15 dias atrás.

Folha - O senhor tinha 100% de certeza de que ele traiu sua confiança?
Gil -
Existem dois aspectos quando se fala em confiança: um subjetivo, que deve ser ao qual você se refere. E outro, objetivo, baseado em fatos. Nesse ponto havia total certeza. E os deveres do Estado são pautados pelos fatos, não pelas impressões subjetivas. O que pergunto agora é: qual o interesse disso tudo para o Carnaval?


Texto Anterior: Filmes
Próximo Texto: Televisão - Daniel Castro: SBT cria ombudsman para anunciantes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.