São Paulo, domingo, 25 de fevereiro de 2007

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crítica

Série engrena ao assumir modelo de HQ

CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA

A estréia de "Heroes" nos EUA foi cercada de "hype" midiático, com o óbvio objetivo de provocar um culto como o de "Lost". Cada um usa as armas que tem, mas o episódio-piloto de "Heroes" não chega a entusiasmar. A armadura encontrada por seus criadores é demasiado rígida para apresentar e suprir com coerência o grande número de personagens e situações do primeiro episódio. Falta um elemento catalisador intenso como o acidente aéreo de "Lost".
Só a partir do segundo episódio as histórias paralelas ganham fôlego, sobretudo quando a série recorre ao sempre eficaz "cliffhanger" (gancho), deixando o espectador em suspenso ao final, e assume a influência das HQs no divertido personagem Hiro. A fórmula é uma mistura de "24 Horas" (no ritmo e na sucessão de viradas dramáticas) e "X-Men" (cada protagonista descobre aos poucos os seus poderes e começa a enfrentar os inimigos).
Enquanto os sobreviventes de "Lost" se envolvem em mistérios cada vez mais incríveis, conduzindo a série para o atual beco sem saída da terceira temporada, os super-humanos de "Heroes" já começam a se confrontar com perigos mais reais e imediatos, desde uma catástrofe nuclear até um prosaico casamento em crise.
Transferir os confrontos de um espaço além da imaginação ao mundo em que vivemos talvez seja o verdadeiro superpoder de "Heroes" no combate pela audiência. Mas terão seus personagens força para sobreviver aos muitos superburacos do roteiro? Isso só o controle remoto dirá.


HEROES    
Quando:
sexta, dia 2, às 21h
Onde: Universal Channel


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