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crítica
Série engrena ao assumir modelo de HQ
CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA
A estréia de "Heroes" nos EUA foi
cercada de "hype"
midiático, com o óbvio objetivo de provocar um culto como o de "Lost". Cada
um usa as armas que tem,
mas o episódio-piloto de
"Heroes" não chega a entusiasmar. A armadura encontrada por seus criadores é demasiado rígida para apresentar e suprir com
coerência o grande número de personagens e situações do primeiro episódio.
Falta um elemento catalisador intenso como o acidente aéreo de "Lost".
Só a partir do segundo
episódio as histórias paralelas ganham fôlego, sobretudo quando a série recorre ao sempre eficaz
"cliffhanger" (gancho),
deixando o espectador em
suspenso ao final, e assume a influência das HQs
no divertido personagem
Hiro. A fórmula é uma
mistura de "24 Horas" (no
ritmo e na sucessão de viradas dramáticas) e "X-Men" (cada protagonista
descobre aos poucos os
seus poderes e começa a
enfrentar os inimigos).
Enquanto os sobreviventes de "Lost" se envolvem em mistérios cada vez
mais incríveis, conduzindo a série para o atual beco
sem saída da terceira temporada, os super-humanos
de "Heroes" já começam a
se confrontar com perigos
mais reais e imediatos,
desde uma catástrofe nuclear até um prosaico casamento em crise.
Transferir os confrontos de um espaço além da
imaginação ao mundo em
que vivemos talvez seja o
verdadeiro superpoder de
"Heroes" no combate pela
audiência. Mas terão seus
personagens força para sobreviver aos muitos superburacos do roteiro? Isso só
o controle remoto dirá.
HEROES
Quando: sexta, dia 2, às 21h
Onde: Universal Channel
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