São Paulo, Quinta-feira, 25 de Fevereiro de 1999
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CRÍTICA
Sensualidade inclassificável

da Redação


Não há como inserir os Cardigans em qualquer movimento, gênero, tendência ou rótulos. Eles são os Cardigans, únicos.
Isso é um feito no final de uma década que pulverizou e multiplicou os formatos e correntes da música pop. Se a "novidade" em "Gran Turismo" é o uso pelos suecos de sons eletrônicos, isso não é notícia em 1999. É o caminho natural de qualquer banda pop, sem alarmes nem surpresas.
Saem os roquinhos de sonoridade alegre e letras tristes, como "Lovefool", e entram melodias mais melancólicas com letras tão ou mais reflexivas.
Os Cardigans apenas deixaram de ser deliciosamente contraditórios na relação música-letra e abraçaram a coerência melancolia-tristeza de modo belo, como seus integrantes.
Não é trip hop, mas há ecos dele; não é folk nem retrô, mas, sim, há sombras de ambos por toda parte.
Arrependimentos, amores platônicos e rompidos. Tudo na voz absurdamente sueca e sensual (mais uma contradição) da afável Nina Persson e instrumentos bem orquestrados.
"Tempos de mudança/ uma geração estranha/ explicações nunca chegam a tempo/ então estou deixando tudo para trás" ("Starter") ou "Tudo bem que você me queira do seu jeito,/ mas no fim sou sempre eu sozinha/ eu estou perdendo meu jogo favorito/ você está perdendo a cabeça de novo" ("Favourite Game") arregaçam os anos 90, a década sem rostos.
Cuja banda mais cool e fofa é os Cardigans. (MN)

Disco: Gran Turismo
Banda: The Cardigans
Lançamento: PolyGram
Quanto: R$ 18, em média



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