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INFLUÊNCIAS DO TECNO
Scandurra faz hoje
show do novo disco
da Redação
Edgard Scandurra apresenta hoje à noite no clube Florestta o show
de lançamento de seu segundo disco solo, ``Benzina''. Guitarrista do
grupo Ira!, Scandurra, 35, é um
dos artistas que -a exemplo de
nomes internacionais como U2 e
David Bowie- mostra a influência do tecno em um trabalho predominantemente de rock.
As marcas aparecem sobretudo
nas faixas ``Tantas Nuvens'' e
``Gera''. A primeira, que abre o
disco, traz a batida sincopada do
drum & bass amarrando versos
quase etéreos.
A segunda, feita com Arnaldo
Antunes, é um tecno-rock concretista que repete as palavras ``gera,
degenera, já era, regenera, gera'',
bem aos moldes da produção do
ex-Titã.
A faixa ganhou ainda versões do
DJ Mau Mau, residente do Hell's
Club, do DJ Renato Lopes e do
produtor do disco, Mitar Subotíc
(Suba). Os remixes vão sair em vinil ainda este mês, possibilitando,
portanto, que sejam tocadas por
outros DJs nos clubes.
As outras faixas do disco, menos
explícitas, ganham de toda forma
um cunho moderno e contemporâneo.
``A Chuva que Cai'' tem mais
guitarras; ``Um Olho na Ponta de
Cada Dedo'' é um rock moderno
também com Arnaldo Antunes,
enquanto ``Vapores Marroquinos'', mais lenta, conta um sonho
de mil e uma noites com tonalidades de trip hop.
O disco ``Benzina'' sai pelo selo
carioca Rockets, de Dado Villa-Lobos, do Legião Urbana, que é
distribuído pela Virgin.
Começou a ser produzido em 95,
mas teve sua grande virada depois
que Scandurra começou a frequentar o Hell's, do qual possui
também a disputada carteirinha de
sócio, no começo de 96.
``Deu uma modificada mesmo
no meu som. Os sons que eu ouvi
no Hell's, com o Mau Mau, me levaram para o além. Pirei.''
Scandurra conta que, antes, iria
para um caminho de um som mais
new age no disco. ``Depois, fui para esse lado mais pulsante do tecno, usando elementos como psicodelia, timbres diferentes, efeitos
e experimentalismos; mais viajante, no sentido de usar menos letras, já com o uso do computador
para criar sequências etc.''
Corajoso, diz que ```teve que desaprender muita coisa''. Por exemplo, a não precisar demonstrar ser
um virtuose de solos alucinantes,
``o que seria de se esperar no disco
solo de um guitarrista, de querer
provar o tempo todo que sou um
puta guitarrista. Minha tendência
daqui para a frente é essa''.
Como aquecimento, Scandurra
tocou no fim-de-semana abrindo
três shows do Barão Vermelho no
Palace, para 5.000 pessoas por dia.
``Acho que passou.''
Show: Edgard Scandurra
Onde: Florestta (r. Funchal, 500, tels.
820-9235 e 822-8891, Vila Olímpia)
Quando: hoje, a partir das 23h
Quanto: R$ 15 e R$ 10 (com convite)
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