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Abertura tem ato de solidariedade a Taiwan
DA REPORTAGEM LOCAL
A 25ª Bienal Internacional de
São Paulo foi inaugurada anteontem em tom de solidariedade.
Nem tanto pelos discursos das autoridades presentes, que como de
praxe foram hiperbólicos na exaltação ao evento, mas pela atitude
de seis países em relação à participação de Taiwan na Bienal.
Taiwan pôde estar caracterizada
como representação nacional, na
legenda de sua sala, pois recebeu
seis letras de países diferentes: "t",
em minúscula mesmo, da Áustria, "a" de Singapura, "i" da
Croácia, "w" formado por um "o"
dividido ao meio da Costa Rica,
outro "a" do Canadá, e "n" do Panamá. "Foi uma performance de
solidariedade", disse Fang-Wei
Chang, curadora da sala. "Não sei
ainda o que vamos fazer sobre isso", disse Carlos Bratke, presidente da Bienal. Ontem, Taiwan já havia sido apagada da parede.
Organizada pelo Museu Fine
Arts de Taipé, a representação de
Taiwan foi proibida, na semana
passada, de apresentar-se como
delegação nacional. "Segui orientação do Itamaraty", diz Bratke.
Depois da abertura oficial, que
contou com a presença do ministro da Cultura, Francisco Weffort,
do secretário de Estado da Cultura, Marcos Mendonça, e do secretário municipal da Cultura, Marco Aurélio Garcia, a comitiva fez
uma visita guiada pelo curador da
Bienal, Alfons Hug. O roteiro não
incluiu a sala de Taiwan.
A abertura do evento bateu um
recorde de público: 25 mil pessoas, segundo a assessoria da Bienal. No evento passado, foram
cerca de 15 mil. Nas demais da década de 90, a média foi de 8 mil.
O massivo número de pessoas
que compareceram fez com que
dois espaços se tornassem os oásis
respiratórios da Bienal: as salas
especiais, único local climatizado
da exposição, e a obra do brasileiro Rubens Mano, uma porta que
permitia que os visitantes saíssem
do edifício. "É o melhor trabalho
da Bienal", disse Maria Lind, curadora da representação sueca.
Durante os discursos da inauguração oficial, ainda havia artistas finalizando obras. Foi o caso
de Maurício Dias e Walter Riedweg. "A culpa é da instalação elétrica, uma câmera importada foi
danificada hoje e não há tempo
para substituí-la", afirma Dias.
Ontem o público foi menor,
comparado ao da noite anterior.
A bilheteria funcionou só das 10h
às 14h, já que às 19h Vanessa Beecroft apresentou performance para convidados.
(FCY)
25ª BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO.
Mostra com 190 artistas de 70
países. Curadoria: Alfons Hug. Onde:
pavilhão da Bienal (parque Ibirapuera,
portão 3, tel. 0/xx/11/5574-5922.
Quando: de ter. a sex., das 13h às 21h,
sáb. e dom., das 10h às 22h. Até 2/6.
Quanto: R$ 12. Patrocínio: Votorantim,
Banco do Brasil, Banco Itaú e outros.
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