São Paulo, segunda-feira, 25 de março de 2002

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Abertura tem ato de solidariedade a Taiwan

DA REPORTAGEM LOCAL

A 25ª Bienal Internacional de São Paulo foi inaugurada anteontem em tom de solidariedade. Nem tanto pelos discursos das autoridades presentes, que como de praxe foram hiperbólicos na exaltação ao evento, mas pela atitude de seis países em relação à participação de Taiwan na Bienal.
Taiwan pôde estar caracterizada como representação nacional, na legenda de sua sala, pois recebeu seis letras de países diferentes: "t", em minúscula mesmo, da Áustria, "a" de Singapura, "i" da Croácia, "w" formado por um "o" dividido ao meio da Costa Rica, outro "a" do Canadá, e "n" do Panamá. "Foi uma performance de solidariedade", disse Fang-Wei Chang, curadora da sala. "Não sei ainda o que vamos fazer sobre isso", disse Carlos Bratke, presidente da Bienal. Ontem, Taiwan já havia sido apagada da parede.
Organizada pelo Museu Fine Arts de Taipé, a representação de Taiwan foi proibida, na semana passada, de apresentar-se como delegação nacional. "Segui orientação do Itamaraty", diz Bratke.
Depois da abertura oficial, que contou com a presença do ministro da Cultura, Francisco Weffort, do secretário de Estado da Cultura, Marcos Mendonça, e do secretário municipal da Cultura, Marco Aurélio Garcia, a comitiva fez uma visita guiada pelo curador da Bienal, Alfons Hug. O roteiro não incluiu a sala de Taiwan.
A abertura do evento bateu um recorde de público: 25 mil pessoas, segundo a assessoria da Bienal. No evento passado, foram cerca de 15 mil. Nas demais da década de 90, a média foi de 8 mil.
O massivo número de pessoas que compareceram fez com que dois espaços se tornassem os oásis respiratórios da Bienal: as salas especiais, único local climatizado da exposição, e a obra do brasileiro Rubens Mano, uma porta que permitia que os visitantes saíssem do edifício. "É o melhor trabalho da Bienal", disse Maria Lind, curadora da representação sueca.
Durante os discursos da inauguração oficial, ainda havia artistas finalizando obras. Foi o caso de Maurício Dias e Walter Riedweg. "A culpa é da instalação elétrica, uma câmera importada foi danificada hoje e não há tempo para substituí-la", afirma Dias.
Ontem o público foi menor, comparado ao da noite anterior. A bilheteria funcionou só das 10h às 14h, já que às 19h Vanessa Beecroft apresentou performance para convidados. (FCY)


25ª BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO.
Mostra com 190 artistas de 70 países. Curadoria: Alfons Hug. Onde: pavilhão da Bienal (parque Ibirapuera, portão 3, tel. 0/xx/11/5574-5922. Quando: de ter. a sex., das 13h às 21h, sáb. e dom., das 10h às 22h. Até 2/6. Quanto: R$ 12. Patrocínio: Votorantim, Banco do Brasil, Banco Itaú e outros.




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