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ESPORTE
Série explora lendas e verdades do futebol
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
A série "História do Futebol",
do Discovery, surge em boa hora,
após o Rei do Futebol ter se envolvido numa séria polêmica do esporte. A lista dos 125 melhores
atletas vivos, feita por Pelé a pedido da Federação Internacional de
Futebol Association (Fifa) e divulgada neste mês, foi muito criticada no Brasil e no mundo. Em nome de uma suposta universalidade, dela constavam nomes que
mereceriam somente uma nota
de rodapé por onde passaram.
Ao mesmo tempo, estavam ausentes ídolos como os meias Gérson e Rivellino, campeões mundiais em 1970 pelo Brasil. O ex-lateral-esquerdo Nilton Santos,
campeão em 58 e 62 e apelidado
"Enciclopédia do Futebol", foi incluído às pressas.
Tanta polêmica se justifica, sim,
pelo valor desses craques, mas há,
em parte, uma distorção: a concepção de que o futebol era melhor quando era menos visto (na
época em que não havia transmissão ao vivo) e mais relatado.
Hoje as partidas são mais freqüentes (há times que disputam
três competições simultâneas) e
muitas vezes vêem-se jogos nada
fora do comum. Na era pré-TV,
esses confrontos ganhariam charme e dimensão épica e seriam
descritos por cronistas esportivos, tendo sido o maior deles Nelson Rodrigues (1912-1980). Virariam lenda, mito e culto.
Hoje, o episódio "Potências do
Futebol Sul-Americano", vai rever uma dessas lendas. Antes de
Brasil e Argentina, houve uma
época em que o Uruguai era a Celeste Olímpica, e seus clubes dominavam na Taça Libertadores.
Duvidável? Nem tanto. É uruguaia a vitória mais dolorida sobre o Brasil, na final da Copa de
50, no Maracanã. Do time que
venceu por 2 a 1, os antigos lembram-se de Schiaffino e Ghiggia,
autores dos gols, e do bravo capitão Obdulio Varela. Só que nenhum desses entrou na lista de
Pelé. Pelo visto, o Rei também
acha que eles são só lenda.
TERRITÓRIO DISCOVERY - HISTÓRIAS
DO FUTEBOL. Quando: hoje, às 20h, no
Discovery Channel.
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