São Paulo, quinta-feira, 25 de março de 2004

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ESPORTE

Série explora lendas e verdades do futebol

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REDAÇÃO

A série "História do Futebol", do Discovery, surge em boa hora, após o Rei do Futebol ter se envolvido numa séria polêmica do esporte. A lista dos 125 melhores atletas vivos, feita por Pelé a pedido da Federação Internacional de Futebol Association (Fifa) e divulgada neste mês, foi muito criticada no Brasil e no mundo. Em nome de uma suposta universalidade, dela constavam nomes que mereceriam somente uma nota de rodapé por onde passaram.
Ao mesmo tempo, estavam ausentes ídolos como os meias Gérson e Rivellino, campeões mundiais em 1970 pelo Brasil. O ex-lateral-esquerdo Nilton Santos, campeão em 58 e 62 e apelidado "Enciclopédia do Futebol", foi incluído às pressas.
Tanta polêmica se justifica, sim, pelo valor desses craques, mas há, em parte, uma distorção: a concepção de que o futebol era melhor quando era menos visto (na época em que não havia transmissão ao vivo) e mais relatado.
Hoje as partidas são mais freqüentes (há times que disputam três competições simultâneas) e muitas vezes vêem-se jogos nada fora do comum. Na era pré-TV, esses confrontos ganhariam charme e dimensão épica e seriam descritos por cronistas esportivos, tendo sido o maior deles Nelson Rodrigues (1912-1980). Virariam lenda, mito e culto.
Hoje, o episódio "Potências do Futebol Sul-Americano", vai rever uma dessas lendas. Antes de Brasil e Argentina, houve uma época em que o Uruguai era a Celeste Olímpica, e seus clubes dominavam na Taça Libertadores.
Duvidável? Nem tanto. É uruguaia a vitória mais dolorida sobre o Brasil, na final da Copa de 50, no Maracanã. Do time que venceu por 2 a 1, os antigos lembram-se de Schiaffino e Ghiggia, autores dos gols, e do bravo capitão Obdulio Varela. Só que nenhum desses entrou na lista de Pelé. Pelo visto, o Rei também acha que eles são só lenda.


TERRITÓRIO DISCOVERY - HISTÓRIAS DO FUTEBOL. Quando: hoje, às 20h, no Discovery Channel.


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