São Paulo, domingo, 25 de março de 2007

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Mônica Bergamo

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Ministério cabeludo

Lula Marques/Folha Imagem
JOSÉ GOMES TEMPORÃO O novo ministro da Saúde usa xampu de ervas e tem os cabelos cortados em casa, pela própria mulher


Entre topetes, franjões e "mullets", a cabeleira farta é o "hype" entre a turma do presidente Lula

Há cerca de duas semanas, o presidente Lula, que apara o cabelo a cada 15 dias e usa um xampu que previne o amarelamento dos fios brancos, deu "um toque" para o governador Cássio Cunha Lima (PB): "Pergunte ao Aécio onde ele corta o cabelo dele porque você está precisando cortar o seu." O governador, adepto do "topete McDonald's" (na forma do "M" da lanchonete), aproveitou a deixa e reclamou das dificuldades financeiras dos Estados. Aécio emendou: "A situação está tão grave, presidente, que eu já estou quase aderindo ao modelo dele."

 

Por estilo, ou falta de tempo, a juba está na moda entre os amigos do presidente. Gilberto Gil (Cultura), por exemplo, não corta o cabelo há cinco anos. Decidiu abandonar a cabeça quase raspada e hoje apenas enrola os fios usando cera de abelha ou óleo de azeitona.
 

A coluna convidou o cabeleireiro de Aécio, Thidy Lopes, para analisar o "look" da turma de Lula. Outras estrelas da tesoura também deram palpites. Gil conseguiu um milagre: foi aprovado com louvor pelas implacáveis línguas dos profissionais. "Esse cabelo rasta tem tudo a ver com ser ministro da Cultura", diz Wanderley Nunes, do Estúdio W. Marco Antonio di Biaggi, de SP, decreta: "Bacanérrimo!". Já os outros ministros...
O novo titular da Saúde, José Gomes Temporão, tem "uma montanha do lado direito" da cabeça, diz Thidy. "Tem que dar uma desfiada". Biaggi também critica: "Não gosto dessa massa volumosa em volta do crânio. Esse tipo de cabelo fica legal para quem tem barriga sarada, como o [ator] Cauã Reymond." Temporão, que usa "xampu de ervas para cabelos mistos", confessa: não tem cabeleireiro. Quem corta seus fios é a própria mulher.
 

E o ministro Fernando Haddad (Educação)? "Eu tiraria o excesso da franja", diz Wanderley Nunes, do Studio W. "Esse risco para repartir o cabelo ao meio não dá! E o franjão dá um ar um pouquinho antigo", diz Biaggi. "A franja está uma moita, muito pesada", diz Thidy.
 

Hélio Costa (Comunicações) "poderia rejuvenescer de cinco a dez anos se fizesse "luz negra" (tintura em alguns fios, para diminuir o branco)", diz Thidy. "E também se tirasse o volume excessivo."
 

Para o também grisalho Jaques Wagner, governador da Bahia, o conselho é igual. "Um "reflexo invertido" o deixaria mais "clean'", prescreve Wanderley Nunes. Fátima, a primeira-dama da Bahia, detestou os conselhos. "Deus me livre de ele pintar! O Jaques gosta do cabelo assim, natural. Ele vai no mesmo barbeiro há muitos anos e toma banho com os meus xampus."
Luiz Marinho, ministro do Trabalho, sofreu as críticas mais "duras". "Lamento por esse cabelo dele", diz Thidy, que desconfia que Marinho escureceu os fios com "um tinturado que envelhece, mais escuro que o terno, que todos apontam: "Olha, pintou o cabelo"."
 

O visual sóbrio de Dilma Rousseff, da Casa Civil, foi considerado antiquado. "Acho muito careta, redondo. Ela tem que definir se usa comprido ou mais curto. Esse meio termo não "tá" legal", diz Biaggi. Wanderley sugere um corte "mais desconectado, alternando fios mais longos e mais curtos."

DANIEL BERGAMASCO (reportagem)

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