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Comitê explica proibição de nomes
do Universo Online
Raphael Mandarino, representante dos usuários no Comitê Gestor da Internet Brasil, explica como foi tomada a decisão de proibir
no Brasil o registro de nomes genéricos:
Folha - Por que o comitê decidiu
proibir nomes genéricos?
Raphael Mandarino - Isso começou a ser debatido numa reunião em outubro do ano passado,
em que estavam presentes representantes do Instituto de Marcas e
Patentes. A gente tem a chance de
olhar o que acontece nos Estados
Unidos e tentar corrigir as distorções que aconteceram lá. Muitas
pessoas registraram nomes genéricos nos EUA e venderam por
preços altíssimos. Adotamos uma
orientação semelhante à do instituto, de proibir o registro de nomes genéricos e marcas notórias.
Folha - Numa pesquisa rápida,
pode-se constatar que uma enorme quantidade de nomes genéricos já foi registrada.
Mandarino - Infelizmente acordamos um pouco tarde para essa
questão. Nos últimos dois anos,
muitos espertinhos registraram
um grande número de nomes genéricos. Mas, por outro lado, criamos os novos domínios superiores
(.ind, .art etc.), que permitem que
um mesmo nome possa ser registrado em diferentes domínios.
Folha - Poderia ser registrado um
microsoft.ind?
Mandarino - Não. É um caso de
marca notória. Estamos analisando os pedidos caso a caso.
Folha - Quando o registro de domínios for privatizado, não há risco de as regras mudarem e a empresa responsável cobrar mais por
esses nomes genéricos?
Mandarino - Não.
Folha -Qual será o modelo da privatização do serviço de registro?
Mandarino - Acho que esse deveria continuar a ser um serviço
público, administrado talvez por
uma ONG. Mas o assunto está em
discussão no CG. Há uma preocupação de evitar um monopólio e
uma explosão de preços.
Folha - Para onde vai o dinheiro
dos registros (o CG começa a cobrança pelo serviço em abril)?
Mandarino - Isso ainda não foi
decidido, mas com certeza vai ser
investido em Internet. A Fapesp
abriu uma conta especial que, por
enquanto, é intocável, e o dinheiro
vai ser gerenciado pelo CG.
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