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NETVOX
O cartório da Web
MARIA ERCILIA
do Universo Online
O Comitê Gestor da Internet,
na falta de problemas para resolver, anda se concentrando
com força total na criação de
regras e mais regras para o registro de domínios no Brasil.
Uma das providências recentes do comitê foi reformar o
sistema de cadastro, facilitando a vida de todo mundo. Agora é possível pesquisar a existência de domínios e fazer cadastramentos on line
(registro.fapesp.br).
Também foi ampliado o número de domínios que podem
ser registrados em cada CGC
para dez (antes era um...).
Afrouxou um pouquinho a camisa-de-força. Em muitos países, o registro de um domínio
simplesmente não está vinculado a números e documentos.
Outra invenção do CG foram
as terminações exclusivas do
Brasil, como .art, .esp, .ind,
.inf, .psi, .rec, .tmp (psi não é
psicólogo, é "provedor de serviços Internet").
Como é possível ver na página de registros da Fapesp,
(registro.fapesp.br/estatisticas.html) algumas pessoas já estão cadastrando domínios com as terminações.
Essa lista de sufixos novos
pelo menos tem começo, meio e
fim. Porque a última novidade
do CG não tem: ficam proibidos os "nomes genéricos"
-por genérica que seja essa
definição (de acordo com reportagem da "Info Exame":
http://www2.uol.com.br/info/infonews/200398b.html).
O comitê entende que domínios como noticias.com.br,
tv.com.br, brasil.com.br ou até
amor.com.br e agua.com.br
não devem ser registrados
(aliás, esses já o foram, antes
dessa regra surgir -assim como papel.com.br,
carro.com.br, dinheiro.com.br
e todos em que consegui pensar (veja uma lista em
www.uol.com.br/internet/netvox/lista.htm).
Essa restrição dá um ar de
cartório a um serviço que devia ser simples e o mais desburocratizado possível. Palavras
não são um recurso ilimitado
-não ajuda nada cortar a
maioria dos substantivos comuns do universo de possibilidades. Domínio não é sinônimo de marca -pessoas registram domínios para páginas
pessoais, publicações independentes, para colocar fotos da
família na Internet. Não é preciso fazer regras tão rigorosas.
Imagine se daqui a algum
tempo o serviço de registro é
privatizado e a empresa que o
gerencia resolve liberar os "nomes genéricos" -mas cobrando o dobro, o triplo ou dez vezes mais por nomes cobiçados
como praias.com.br e
litoral.com.br (que, novamente, já existem).
Essa história de domínios
parece uma questão menor
agora, mas em poucos anos os
nomes óbvios vão estar registrados, e a venda de palavras
vai virar um negócio sério.
Tonga
Nos EUA, onde o dicionário
já foi praticamente loteado,
começa a acontecer uma colonização de domínios alheios.
Cada país tem direito a uma
sigla identificadora. Países pequenos, com pouca demanda
de registros, estão vendendo
domínios aos norte-americanos, ao mesmo preço da empresa de registro norte-americana ou até mais barato (pessoas de qualquer país podem
comprar esses domínios).
Foi o que fez o pequeno reino
de Tonga. Assim, se já existem
os domínios news.com e
tv.com (nos EUA, os "nomes
genéricos" não são proibidos),
qualquer um pode registrar
news.to e tv.to, por exemplo
(veja o sistema de registro em
www.tonic.to).
Outra remota ilha do Pacífico Sul também está loteando
terrenos na Internet. É Niue
(.nu), que tem apenas 2.000
habitantes (http://www.nunames.nu/). Em Niue, os nomes
são uma barganha: R$ 25.
Quem quiser um nome genérico em português pode registrar, por exemplo, noticias.nu
-que, aliás, já foi comprado...
E-mail: netvox@uol.com.br
O MISTÉRIO DE INDIGO
O webmaster hd mabuse acaba
de pôr no ar o site de indigo
(www.jimihendrix.net/indigo).
São, por enquanto, três textos curtos de ficção: "Victoria", uma
brincadeira num portunhol vertiginoso, "Violet", uma tarde de
descobertas num hospital inglês, e
"Conflitos Internos", uma página
com ar de diário de adolescente.
Os dois primeiros são belas surpresas -com alguns errinhos de
revisão.
A moça misteriosa mandou os
minicontos para mabuse pelo endereço indigo@hotmail.com, assim, em letras minúsculas e anônimas.
"Indigo viu meu site e perguntou
se eu faria um para os seus escritos", diz mabuse. "Continuo sem
saber nada sobre ela."
Ao fim de tudo, um formulário
tímido convida quem quiser a
mandar sua opinião.
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