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Inscrição para Rumos Visuais acaba hoje
da Redação
O que a arte brasileira tem a
oferecer de novo? O projeto Rumos Visuais, do Itaú Cultural,
exibe a sua versão a partir de
agosto, quando começa a exibir
uma seleção de artistas iniciantes vindos de todo o Brasil.
Pode participar quem tenha
realizado até cinco exposições
em museus ou instituições ou
até uma mostra em galeria comercial. Vale a produção visual
em áreas diversas, como desenho, escultura, pintura, instalação, objeto e fotografia.
As inscrições terminam hoje e
a seleção será feita por meio de
porta-fólio contendo cinco a dez
fotos coloridas de obras produzidas a partir de 97 (informações
pelo tel. 011/238-1700).
Em agosto, o Itaú Cultural promete organizar nove mostras regionais -individuais ou coletivas- dos artistas escolhidos.
No final do ano, apresenta em
sua sede uma grande exposição
reunindo as principais peças.
A partir de uma rede de curadores -coordenada por Angélica de Moraes, Daniela Bousso e
Fernando Cocchiarale-, o projeto pretende varrer o país. Os
curadores principais dispõem
de três assistentes, cada um cuidando de artistas de até quatro
Estados diferentes.
Segundo Ricardo Ribenboim,
diretor-superintendente do Itaú
Cultural, o contato com as obras
não vai ficar limitado aos porta-fólios. "Nossos curadores vão visitar todos os ateliês dos selecionados", disse.
O investimento não termina
com realização da exposição final. "Vamos participar da formação do artista, oferecer bolsas
de pesquisa e de ateliê-residência no Brasil e no exterior", afirma Ribenboim.
O custo total do projeto é de R$
400 mil. O número de selecionados ainda não está definido, pois
depende do total de inscritos.
Ribenboim adianta que espera
receber mais de 500 interessados, para daí escolher entre 80 e
120 artistas -estes serão contemplados com a inclusão de
suas obras em pelo menos uma
mostra até meados de 2001. A
cada dois anos o Rumos Visuais
quer remapear o país atrás de
novidades.
Carla Zaccagnini, uma das curadoras-adjuntas, responsável
pelas escolhas em SP, GO e DF,
diz que não vai se submeter à
uma "ditadura do inédito".
"Não basta criar em novas mídias ou falar de questões contemporâneas para o trabalho ser
considerado contemporâneo. O
artista deve tratar de questões
atemporais", afirma.
As novidades, entretanto, devem vir de regiões menos aparelhadas nas artes que o eixo Rio-São Paulo. "Estou mais preocupada em descobrir um artista interessante em Brasília do que rever aqueles que os galeristas de
São Paulo gostam e já avalizaram", diz ela.
A curadoria de Angélica de
Moraes ressalta um caráter não-autoritário. "Não vamos chegar
aos ateliês como Moisés carregando as Tábuas da Lei, mas
com a intenção de criar um diálogo com as diversas regiões culturais do Brasil", diz ela.
"Neste final de século, seria
muita pretensão querer descobrir algo realmente novo. Sabemos que não vamos reinventar a
pólvora, mas revelar artistas
promissores, que tenham potencial para crescer."
(FO)
Na Internet: www.itaucultural.org.br
E-mail: instituto@itaucultural.org.br
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