São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 2003 |
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O DJ inglês Bryan Gee (re)apresenta o já clássico londrino "som Movement" Batidas de grife
THIAGO NEY DA REDAÇÃO Bryan Gee responde fácil por que tocará pela terceira vez em um Skol Beats, amanhã, no Anhembi, em São Paulo. "Porque, para quem quer dançar drum'n'bass, não há festival como esse no mundo. Aqui na Europa, nesse tipo de evento, privilegia-se muito mais a house e o trance." À primeira vista, dá para desconfiar da declaração, já que o país acostumou-se a aparições de artistas em busca da atenção perdida nos grandes centros mundiais da música jovem. Mas não é o caso de Bryan Gee. Ainda requisitadíssimo em sua terra natal, este DJ inglês tem um currículo que impressiona: é o fundador do principal clube de drum'n'bass do planeta, o Movement (que acontece toda quinta em Londres, com noites fixas em Portugal e turnês por todo o mundo); criou, junto com o DJ Jumping Jack Frost, o selo V Recordings (que lançou Roni Size); e é o culpado pelo empurrão inicial nas carreiras internacionais dos brasileiros Xerxes, Andy e dos consagrados Patife e Marky. Ao falar desses dois últimos, residentes do Movement, Gee aponta também os motivos que levaram seu clube a se tornar uma poderosa marca de d'n'b: "Marky e Patife fazem do drum'n'bass um estilo global, forte, eles são a "cara Movement". Nós apresentamos um espectro variado, que vai de uma linha mais calma, jazzy, até aquele som hard, bem pesado. E os brasileiros tentam trazer coisas novas para o d'n'b". Quando cita essa busca pelo novo, Gee faz questão de rebater comentários feitos por publicações européias de que o gênero está estacionado, sem se revigorar há alguns anos. "Não estamos mais vivendo nos anos 90, quando o d'n'b era novidade, então esses jornais e revistas agora estão em busca de coisas mais "fashion", principalmente aqui em Londres. Mas o d'n'b continua tão excitante e inovador quanto antes." Comercial Para Gee, o sucesso de Marky na Inglaterra (sua música "LK", um remix feito em parceria com Xerxes que usa bases de "Carolina Carol Bela", de Jorge Ben e Toquinho, chegou à 17ª posição na parada britânica de singles) é exemplo da abrangência de público e estilos do d'n'b atual. "Os produtores estão usando elementos de outros tipos de música, o público está mais receptivo. O d'n'b ainda pode ser tão grande quanto o hip hop, e lembre-se que o hip hop vende mais do que o pop nos Estados Unidos. O d'n'b tem a vantagem de ser mais variado do que o hip hop." Ele cita, como exemplo dessa diversidade, o grupo Kosheen, autor do hit "Hide U", trilha de novela global. "Não é o que eu gosto de tocar, algumas pessoas dizem que não é d'n'b, não é por aí. A música não tem regras." CD Mix Além de sua apresentação no Skol Beats, uma chance de escutar Bryan Gee e seu "som Movement" é o CD "The Sound of Movement", o terceiro de uma série patrocinada pelo clube londrino, e que acaba de ser lançado no Brasil (gravadora ST2; R$ 25). Ali o DJ mixa "old school" (Roni Size), o acento brasileiro de Marky e Xerxes (XRS) e faixas com pitadas house de M.I.S.T. (Marcus Intalex), High Contrast e Calibre. Texto Anterior: Programação de TV Próximo Texto: Eletronika respira ar francês Índice |
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