São Paulo, sexta-feira, 25 de maio de 2001

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TRECHO

"Estou em um estacionamento em Leeds quando resolvo dizer a meu marido que eu não quero mais estar casada com ele. David nem mesmo está no estacionamento comigo. Ele está em casa, cuidando das crianças, e eu apenas liguei para lembrá-lo de que ele deveria escrever um bilhete para a professora de Molly. O outro assunto meio que... escapou. Isso é um erro, óbvio. Mesmo que eu seja, aparentemente, e para minha imensa surpresa, o tipo de pessoa que diz a seu marido que não quer mais estar casada com ele, realmente não acho que eu seja o tipo de pessoa que diz isso em um estacionamento, e através de um telefone celular. Essa auto-avaliação agora terá que ser revista, é claro. Posso descrever eu mesma como o tipo de pessoa que não esquece nomes, por exemplo, porque eu tenho relembrado nomes milhares de vezes e os esquecido uma vez ou duas. Mas para a maioria das pessoas uma conversa sobre final de casamento só acontece uma vez, de qualquer modo. Se você escolhe conduzir a sua por um telefone celular, dentro de um carro em um estacionamento em Leeds, então você realmente não pode reivindicar que isso é algo atípico, da mesma maneira que Lee Harvey Oswald não pode alegar que atirar em presidentes não era muito de seu feitio. Às vezes, temos que ser julgados por nossos repentes."
de "How to Be Good"
,
quarto livro de Nick Hornby

Tradução Lúcio Ribeiro



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