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MÚSICA
A terceira edição do Bananada aconteceu entre os dias 18 e 20 deste mês e reuniu 1.500 pessoas em 20 shows de rock
Festival consolida Goiânia na cena indie
JEAN CANUTO
ENVIADO ESPECIAL A GOIÂNIA
Goiânia vem há muito tempo se
consolidando como uma das
principais cidades que embalam o
rock independente no país.
E foi com essa responsabilidade
que ela sediou a terceira edição do
festival Bananada, um dos mais
representativos eventos do estilo.
Este ano, o evento ganhou o
apoio do selo local Monstro Discos, tornando-se ainda mais vitaminado.
Apresentaram-se nos dias 18, 19
e 20 deste mês, 18 expressivas
bandas do rock alternativo brasileiro que tocaram no último volume no palco do Garagem Café.
Também se apresentaram por lá
os grupos norte-americanos
Trans Am e Man or Astro-man?.
O Garage Café, bar temático
adaptado para espetáculos, acredite, tem um palco estruturado
com cerca de meio metro de altura.
O público que lotou as dependências do local -uma média de
500 pessoas por noite, de acordo
com os produtores do evento-
foi muito bem comportado e, felizmente, não quis aparecer mais
do que as bandas.
Coube ao grupo goiano Vícios
da Era, o papel de inaugurar a maratona de shows na noite de sexta-feira (dia 18). Os roqueiros aproveitaram para espinafrar a 56ª Exposição Agropecuária do Estado
de Goiás, que movimentava a cidade paralelamente, com shows
de artistas como É o Tchan, Amado Batista e Frank Aguiar na programação.
Esse foi o aperitivo para os três
melhores shows da noite, quando
subiram ao palco as bandas Prot(o) (DF), Supersoniques (Recife)
e Hang the Superstars (Goiânia).
A banda carioca Carbona, irreconhecível, fechou a noite com
um show morno e apático, muito
distante do que costuma render
os seus enérgicos concertos.
No sábado (dia 19), outra tríade
encarregou-se de brilhantes apresentações, começando pelo Low
Tech All Stars (Blumenau-SC), os
Irmãos Rocha! (Porto Alegre) -a
mais grata revelação do rock gaúcho nos últimos tempos- e o
Mechanics (Goiânia), que fez a
apresentação mais explosiva do
festival.
O grupo curitibano Relespública foi o último a se apresentar e
quase não saiu mais, tocando
quase até o nascer do sol do dia
seguinte.
Outra trilogia roubou a cena no
domingo (dia 20). Iniciou-se com
o grupo de Blumenau Cuba Drinker & The Hi-Fi's, cujo vocalista
alternava-se entre um violão e um
copo de... cuba libre, lembrando
Ian Mc Culloch, vocalista do Echo
& the Bunnymen e seu indefectível bourbon.
Logo veio o sexteto brasiliense
Bois de Gerião, que mescla skacore com algumas levadas pop,
acompanhadas de um naipe de
metais que contagiaram o público. Depois foi a vez da MQN, banda de um dos produtores do festival, Fabrício Nobre, tirar do sério
os espectadores.
Seguiram-se então a apresentação do rock cheio de efeitos do
Trans Am (de Washington DC) e,
para encerrar o Bananada, um
show de outro planeta, que teve
início nos primeiros ruídos que
anunciavam a chegada do Man or
Astro-Man? novamente à Terra.
Não contentes com o êxito da
Bananada, os produtores já trabalham na sequência de outro significativo festival, cujas datas já estão confirmadas para os dias 12,13
e 14 de outubro. Trata-se da sétima edição do Goiânia Noise Festival, tradicionalmente organizado
por Leonardo Ribeiro e Fabrício
Nobre, a "dupla dinâmica" do
rock alternativo de Goiânia.
Nobre revelou à Folha que está
tentando trazer, como atrações
principais para o evento, as bandas Mundo Livre S/A, de Pernambuco, e o grupo de punk hardcore
Ratos de Porão, de São Paulo.
"Confirmadas, para variar, estão as bandas MQN, Mechanics e
Hang the Superstars, todas de
Goiânia", contou Nobre em tom
de deboche. Agora é só esperar.
O jornalista Jean Canuto viajou a convite da produção do festival
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