São Paulo, sexta-feira, 25 de maio de 2001

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MÚSICA

A terceira edição do Bananada aconteceu entre os dias 18 e 20 deste mês e reuniu 1.500 pessoas em 20 shows de rock

Festival consolida Goiânia na cena indie

JEAN CANUTO
ENVIADO ESPECIAL A GOIÂNIA

Goiânia vem há muito tempo se consolidando como uma das principais cidades que embalam o rock independente no país.
E foi com essa responsabilidade que ela sediou a terceira edição do festival Bananada, um dos mais representativos eventos do estilo.
Este ano, o evento ganhou o apoio do selo local Monstro Discos, tornando-se ainda mais vitaminado.
Apresentaram-se nos dias 18, 19 e 20 deste mês, 18 expressivas bandas do rock alternativo brasileiro que tocaram no último volume no palco do Garagem Café. Também se apresentaram por lá os grupos norte-americanos Trans Am e Man or Astro-man?.
O Garage Café, bar temático adaptado para espetáculos, acredite, tem um palco estruturado com cerca de meio metro de altura.
O público que lotou as dependências do local -uma média de 500 pessoas por noite, de acordo com os produtores do evento- foi muito bem comportado e, felizmente, não quis aparecer mais do que as bandas.
Coube ao grupo goiano Vícios da Era, o papel de inaugurar a maratona de shows na noite de sexta-feira (dia 18). Os roqueiros aproveitaram para espinafrar a 56ª Exposição Agropecuária do Estado de Goiás, que movimentava a cidade paralelamente, com shows de artistas como É o Tchan, Amado Batista e Frank Aguiar na programação.
Esse foi o aperitivo para os três melhores shows da noite, quando subiram ao palco as bandas Prot(o) (DF), Supersoniques (Recife) e Hang the Superstars (Goiânia).
A banda carioca Carbona, irreconhecível, fechou a noite com um show morno e apático, muito distante do que costuma render os seus enérgicos concertos.
No sábado (dia 19), outra tríade encarregou-se de brilhantes apresentações, começando pelo Low Tech All Stars (Blumenau-SC), os Irmãos Rocha! (Porto Alegre) -a mais grata revelação do rock gaúcho nos últimos tempos- e o Mechanics (Goiânia), que fez a apresentação mais explosiva do festival.
O grupo curitibano Relespública foi o último a se apresentar e quase não saiu mais, tocando quase até o nascer do sol do dia seguinte.
Outra trilogia roubou a cena no domingo (dia 20). Iniciou-se com o grupo de Blumenau Cuba Drinker & The Hi-Fi's, cujo vocalista alternava-se entre um violão e um copo de... cuba libre, lembrando Ian Mc Culloch, vocalista do Echo & the Bunnymen e seu indefectível bourbon.
Logo veio o sexteto brasiliense Bois de Gerião, que mescla skacore com algumas levadas pop, acompanhadas de um naipe de metais que contagiaram o público. Depois foi a vez da MQN, banda de um dos produtores do festival, Fabrício Nobre, tirar do sério os espectadores.
Seguiram-se então a apresentação do rock cheio de efeitos do Trans Am (de Washington DC) e, para encerrar o Bananada, um show de outro planeta, que teve início nos primeiros ruídos que anunciavam a chegada do Man or Astro-Man? novamente à Terra.
Não contentes com o êxito da Bananada, os produtores já trabalham na sequência de outro significativo festival, cujas datas já estão confirmadas para os dias 12,13 e 14 de outubro. Trata-se da sétima edição do Goiânia Noise Festival, tradicionalmente organizado por Leonardo Ribeiro e Fabrício Nobre, a "dupla dinâmica" do rock alternativo de Goiânia.
Nobre revelou à Folha que está tentando trazer, como atrações principais para o evento, as bandas Mundo Livre S/A, de Pernambuco, e o grupo de punk hardcore Ratos de Porão, de São Paulo.
"Confirmadas, para variar, estão as bandas MQN, Mechanics e Hang the Superstars, todas de Goiânia", contou Nobre em tom de deboche. Agora é só esperar.


O jornalista Jean Canuto viajou a convite da produção do festival


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