São Paulo, domingo, 25 de maio de 2008

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Programa exibe vida e morte no mar

Quarta temporada de "Pesca Mortal", do Discovery Channel, mostra novas aventuras perigosas de barcos no frio do Alasca

Alardeado nos EUA como o "mais real" dos reality shows, série acompanha pescarias de alto risco, registrando até naufrágio


ENVIADA ESPECIAL A SEATTLE

Considerado o "mais real" dos reality shows, "Pesca Mortal" não retrata a caça a um animal perigoso -o "mortal" do título refere-se aos perigos do mar do Alasca, que coloca em risco os pescadores durante a perseguição a caranguejos.
A pesca acontece há décadas, mas foi há quatro anos que o Discovery Channel teve a idéia de acompanhar os cerca de 30 dias por ano que os homens passam no mar.
O canal convenceu os protagonistas -que dizem ser contra o "exagerado" título- a deixarem "um registro do trabalho para os netos", alistaram seus câmeras mais experientes em situações extremas (são dois por barco) e, desde 2005, já lançaram quatro temporadas em que mostram a rotina de até seis barcos em alto-mar.
Isso inclui momentos entediantes, mas também resgates arriscados, helicópteros da guarda costeira e até mortes -no primeiro ano, as câmeras registraram naufrágio de um barco (não-participante do "Pesca Mortal") do qual apenas um pescador escapou.
Na temporada atual, que estréia na terça, às 21h, a maior atração será Phil Harris, 51. O capitão do Cornelia Marie acabou adoecendo e quase morreu durante a viagem. Sem parar de fumar, ele conta que o canal ficou 24 horas ao seu lado mesmo quando foi internado. Foram os perigos que conquistaram a audiência nos EUA, onde "Pesca Mortal" já foi indicada a sete Emmys (em 2006 e 2007, inclusive ao de melhor série de não-ficção).
Não é difícil imaginar que o programa mexeu a vida dos participantes. Além de serem celebridades, os capitães lidam com ciúmes da própria equipe e dos mandantes dos cerca de 75 barcos que também pescam caranguejos, mas que ficaram de fora da "seleção".
Os personagens admitem gostar da fama, mas dizem que as jóias, os carros esportivos vermelhos, tudo já estava lá, mesmo quando viviam só da pesca, pois ela pode render cerca de US$ 75 mil em um mês.
"Alguns têm atitude de "rock star'", afirma Keith Colburn, capitão do Wizard. "Tem gente que pensa: "Legal, vou estar na TV". Mas eu acho que a equipe tem sorte de estar no nosso barco", diz Sig Hansen, do Northwestern, a jornalistas de Europa, Ásia e América Latina em visita a seu barco.
Hansen diz que o assédio constante o incomoda, mas que não se "pode comprar esse tipo de propaganda. Há frutos do mar por todo lado!".
Hoje acostumados com a presença dos cameramen, que chegam a trabalhar 40 horas seguidas, os pescadores já se metem a dirigi-los. "Somos competitivos. Quero que minha equipe ganhe mais espaço na TV. Se vejo uma grande tomada, aviso", diz Colburn. Mas eles juram que o Discovery não se intromete na pesca em benefício do programa. "Sou pescador! Eles não podem me forçar a fazer nada!" (CRISTINA FIBE)


PESCA MORTAL - 4ª TEMP.
Quando: estréia nesta terça, às 21h
Onde: no Discovery Channel

A jornalista CRISTINA FIBE viajou a convite do Discovery Channel



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