São Paulo, Terça-feira, 25 de Maio de 1999
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"Santitos" vê humor em drama

LUIZ ANTONIO DEL TEDESCO
Editor-assistente da Ilustrada

É possível fazer um filme de ritmo suave e constante, com poucas cenas dramáticas e boas doses de um estranho humor, sendo que o assunto é a busca de uma mãe por sua filha, que todos dizem morta?
Maria Amparo Escandón (roteiro) e Alejandro Springall (direção) fizeram "Santitos". Com um detalhe: a produção é mexicana, país geralmente estigmatizado pelos dramalhões ou violência.
Bastariam apenas os nomes dos personagens para se presumir a história, mas a elaborada despretensão do filme leva além. Esperança é a mãe que, avisada por são Judas, sai em busca da filha. Soledade é a comadre/companheira. A filha, Blanca, a encarnação da pureza. Angel of Justice é aquele que cai, não do céu, mas do ringue, para libertar a mãe de sua busca.
E, quando se imagina que Esperança vá iniciar sua autopiedade, ao deparar com situações que possivelmente previra, mas não acreditava que iria viver, ressurge o humor de Maria Escandón.
Em "Santitos", é como chover no molhado falar do realismo fantástico latino-americano, algo que está ali e que seria bem menos não fosse a fotografia de Xavier Grobet.


Avaliação:


Filme: Santitos Produção: México, EUA, França e Espanha Com: Dolores Heredia, Demían Bichir Quando: hoje, às 20h30, no Sesc Vila Mariana (apenas para convidados)


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