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"Santitos" vê humor em drama
LUIZ ANTONIO DEL TEDESCO
Editor-assistente da Ilustrada
É possível fazer um filme de ritmo suave e constante, com poucas
cenas dramáticas e boas doses de
um estranho humor, sendo que o
assunto é a busca de uma mãe por
sua filha, que todos dizem morta?
Maria Amparo Escandón (roteiro) e Alejandro Springall (direção)
fizeram "Santitos". Com um detalhe: a produção é mexicana, país
geralmente estigmatizado pelos
dramalhões ou violência.
Bastariam apenas os nomes dos
personagens para se presumir a
história, mas a elaborada despretensão do filme leva além. Esperança é a mãe que, avisada por são
Judas, sai em busca da filha. Soledade é a comadre/companheira. A
filha, Blanca, a encarnação da pureza. Angel of Justice é aquele que
cai, não do céu, mas do ringue, para libertar a mãe de sua busca.
E, quando se imagina que Esperança vá iniciar sua autopiedade,
ao deparar com situações que possivelmente previra, mas não acreditava que iria viver, ressurge o humor de Maria Escandón.
Em "Santitos", é como chover no
molhado falar do realismo fantástico latino-americano, algo que está ali e que seria bem menos não
fosse a fotografia de Xavier Grobet.
Avaliação:
Filme: Santitos
Produção: México, EUA, França e Espanha
Com: Dolores Heredia, Demían Bichir
Quando: hoje, às 20h30, no Sesc Vila
Mariana (apenas para convidados)
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