São Paulo, segunda-feira, 25 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

México celebra Frida Kahlo, 100

Exposição retrospectiva no museu do Palácio de Bellas Artes é principal evento de comemoração

Três grandes mostras acontecem nos Estados Unidos a partir de outubro; Cuba também prepara homenagem

GABRIELA LONGMAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Desde a abertura da mostra ao público, no último dia 13, mais de 30 mil pessoas passaram para "visitar" Frida Kahlo no museu do Palácio de Belas Artes, na Cidade do México. Reunião de 354 peças, agrupada por cinco curadores, a retrospectiva "Frida Kahlo 1907-2007: Homenagem Nacional" é o principal evento comemorativo do centenário de nascimento da pintora mexicana, em 13 julho de 1907. No domingo, dia em que a entrada é gratuita, o museu recebeu mais de 8.000 pessoas.
Frida morreu em 1954, depois de uma vida cercada de dificuldades com a saúde e episódios dramáticos (leia texto ao lado). Outras pequenas mostras, peças teatrais e debates acontecem paralelamente, num ano que também relembra a efeméride de 50 anos de morte de Diego Rivera (1886-1957), pintor e muralista mexicano, marido de Frida.
"Uma das idéias da mostra é diminuir a distância entre Frida Kahlo e o povo mexicano, dessacralizá-la", disse à Folha Roxana Velásquez Martínez del Campo, diretora do museu e uma das curadoras da mostra com Juan Rafael Coronel Rivera -neto de Diego Rivera-, Salomón Grinberg, Cristina Kahlo e Américo Sánchez.
Para essa "aproximação", a equipe procurou mostrar lados menos conhecidos da artista, para além da pintura a óleo -há salas especiais para gravuras, desenhos e documentos.
"Fizemos, por exemplo, uma sala em que cartas escritas por Frida caem dependuradas por fios desde o teto. Em vez de fechá-las em vitrines de vidro, fizemos com que as pessoas pudessem tocar esses documentos", disse Roxana.
Muitas cartas e fotos importantes, porém, ficaram de fora da retrospectiva por não poderem sair da Casa Azul, imóvel onde Frida nasceu e viveu, posteriormente transformado em museu e centro de documentação. As obras reunidas na mostra chegam na maioria emprestadas de 70 museus e coleções particulares -a maior parte deles nos EUA.
"Frida morou nos Estados Unidos na década de 30 e nesse período vendeu muitas obras aos americanos", diz a curadora. Três grandes mostras -no Walker Art Center, em Minneapolis, no Philadelphia Museum of Art e no San Francisco Museum of Modern Art- acontecem a partir de outubro deste ano e ao longo de 2008. "As exposições comemorativas na Europa devem ficar para 2009", prevê a curadora.

À cubana
Cuba também prepara sua homenagem à pintora e seu marido. Concebida pela cineasta Sussette Martínez, a seqüência de eventos entre 6 de julho e 24 de novembro prevê oito atividades principais, entre elas a exposição "Viva a Vida", de 40 artistas mexicanos, e a apresentação da peça teatral "Fitas de Seda", de Jorge Espinosa.


Texto Anterior: Obra clássica de Eisner é relançada
Próximo Texto: Saiba mais: Pintora sofreu acidente grave aos 18 anos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.