São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 2008

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Crítica

"Kika" sintetiza liberdade de Almodóvar

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O que mais impressiona em Almodóvar é o gosto pela liberdade. Talvez seja esse o maior atrativo de seus filmes, e "Kika" (TC Cult, 22h; não recomendado para menores de 14 anos) é um dos exemplos mais claros dessa escolha.
Estamos numa época em que a ficção parece insuficiente. Os leitores preferem as biografias. Os espectadores, os filmes baseados "em uma história real". Pois bem: Almodóvar não se dobra às modas, não cede ao infantilismo do cinema e, na contracorrente, trabalha ficções absolutamente alucinadas.
Existe ali uma maquiadora chamada para exercer suas artes sobre um cadáver, um jovem que ressuscita, escritores, apresentadoras de TV -e, no meio, amores que ficaram pelo caminho ou não.
Almodóvar acumula elementos e atira seus espectadores numa espécie de labirinto em que imagens e sentimentos desgastados ressurgem -ressuscitados como o personagem Ramón da história- nos gêneros que reencontra, para seu prazer e para o nosso.


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