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MERCADO FONOGRÁFICO
Evento será encerrado amanhã
CD Expo 98 registra
queda nas vendas
JUDITH MORAES
free-lance para a Folha
A CD Expo 98, terceira edição do
evento no país, que termina amanhã, no Riocentro, reflete a redução no ritmo de crescimento do
mercado fonográfico brasileiro.
Em 97, eram oferecidos na feira
2 milhões de unidades de CDs, divididos em 15,6 mil títulos diferentes. Este ano, são 1,5 milhão de
unidades e 15 mil títulos.
Isso apesar de o número de expositores ter aumentado 10% em
relação ao ano passado -de 200
para 220- e de, pela primeira vez,
as sete maiores gravadoras do país
estarem reunidas no evento: EMI,
Universal, PolyGram, Som Livre,
BMG, Sony e WEA.
A Associação Brasileira de Produtores de Discos estima que as
vendas de CDs no país se estabilizarão em 98 no patamar de 104 milhões de unidades.
Segundo Arthur Repsold, diretor executivo da Fagga, empresa
que organiza a CD Expo, as maiores gravadoras se juntaram em um
esforço de reaquecimento do mercado e contra a pirataria, que este
ano deverá resultar num prejuízo
de R$ 400 milhões para a indústria
fonográfica do país.
Segundo o gerente comercial da
WEA, Gian Uccello, em junho
houve queda de 15% das vendas do
setor em relação ao mesmo mês
no ano passado. Para Uccello, a
redução no crescimento não chegará a prejudicar o número de lançamentos das grandes gravadoras.
"Acredito que apenas o investimento em promoção e mídia será
reduzido", disse.
Para Kid Vinil, diretor de Marketing da Eldorado, distribuidora
e gravadora, o mercado fonográfico nacional é recessivo.
"O mercado de discos no Brasil
cresceu nos últimos tempos, mas,
na realidade, é recessivo. Não há
meio termo: ou o artista é um megastar que vende mais de 1 milhão
de cópias ou é alguém que está
abaixo das 100 mil cópias", disse.
Heleno de Oliveira, diretor comercial da Som Livre, está mais
otimista. Ele espera ultrapassar na
feira os 150 mil CDs vendidos no
ano passado -no terceiro dia, a
Som Livre já tinha vendido 120
mil. Para Oliveira, não há redução
no mercado, mas sim desvio.
"É uma mentira dizer que o
mercado caiu. A queda nas vendas
chega a 30%, mas é por causa do
desvio causado pela invasão dos
piratas no mercado, que está em
franca ebulição. É preciso fiscalizar os lojistas, que recebem a mercadoria falsa", afirmou.
Os independentes aproveitaram
para mostrar seu trabalho na feira.
Segundo Kid Vinil, uma média de
20 selos novos por dia está procurando o estande da Eldorado.
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