São Paulo, sábado, 25 de julho de 1998

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MERCADO FONOGRÁFICO
Evento será encerrado amanhã
CD Expo 98 registra queda nas vendas

JUDITH MORAES
free-lance para a Folha

A CD Expo 98, terceira edição do evento no país, que termina amanhã, no Riocentro, reflete a redução no ritmo de crescimento do mercado fonográfico brasileiro.
Em 97, eram oferecidos na feira 2 milhões de unidades de CDs, divididos em 15,6 mil títulos diferentes. Este ano, são 1,5 milhão de unidades e 15 mil títulos.
Isso apesar de o número de expositores ter aumentado 10% em relação ao ano passado -de 200 para 220- e de, pela primeira vez, as sete maiores gravadoras do país estarem reunidas no evento: EMI, Universal, PolyGram, Som Livre, BMG, Sony e WEA.
A Associação Brasileira de Produtores de Discos estima que as vendas de CDs no país se estabilizarão em 98 no patamar de 104 milhões de unidades.
Segundo Arthur Repsold, diretor executivo da Fagga, empresa que organiza a CD Expo, as maiores gravadoras se juntaram em um esforço de reaquecimento do mercado e contra a pirataria, que este ano deverá resultar num prejuízo de R$ 400 milhões para a indústria fonográfica do país.
Segundo o gerente comercial da WEA, Gian Uccello, em junho houve queda de 15% das vendas do setor em relação ao mesmo mês no ano passado. Para Uccello, a redução no crescimento não chegará a prejudicar o número de lançamentos das grandes gravadoras.
"Acredito que apenas o investimento em promoção e mídia será reduzido", disse.
Para Kid Vinil, diretor de Marketing da Eldorado, distribuidora e gravadora, o mercado fonográfico nacional é recessivo.
"O mercado de discos no Brasil cresceu nos últimos tempos, mas, na realidade, é recessivo. Não há meio termo: ou o artista é um megastar que vende mais de 1 milhão de cópias ou é alguém que está abaixo das 100 mil cópias", disse.
Heleno de Oliveira, diretor comercial da Som Livre, está mais otimista. Ele espera ultrapassar na feira os 150 mil CDs vendidos no ano passado -no terceiro dia, a Som Livre já tinha vendido 120 mil. Para Oliveira, não há redução no mercado, mas sim desvio.
"É uma mentira dizer que o mercado caiu. A queda nas vendas chega a 30%, mas é por causa do desvio causado pela invasão dos piratas no mercado, que está em franca ebulição. É preciso fiscalizar os lojistas, que recebem a mercadoria falsa", afirmou.
Os independentes aproveitaram para mostrar seu trabalho na feira. Segundo Kid Vinil, uma média de 20 selos novos por dia está procurando o estande da Eldorado.



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