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PERSONALIDADE
Autor de novelas e minisséries tinha câncer na medula; seu último trabalho foi 'Os Ossos do Barão'
Walter George Durst morre aos 75 anos
da Reportagem Local
O roteirista de TV Walter George
Durst morreu ontem, aos 75 anos,
de câncer na medula. Durst será
cremado hoje, no crematório da
Vila Alpina (zona leste de SP), às
11h.
O último trabalho de Durst foi a
autoria de "Os Ossos do Barão",
ainda no ar no SBT.
Segundo seu filho, o diretor de
fotografia para cinema Marcelo
Walter Durst, 34, o roteirista tinha
outros trabalhos em andamento.
"Ele nunca parou de escrever.
Ainda quando escrevia 'Os Ossos
do Barão', ele se sentia fraco, mas
os exames não indicavam sintomas de câncer. Ele pediu, então,
que os médicos fizessem com que
vivesse até finalizar o trabalho",
disse Marcelo.
Walter George Durst descobriu
que tinha câncer em abril deste
ano. "Imediatamente ele começou o tratamento, mas, com medicação pesada, os efeitos colaterais
foram muitos, e o coração não resistiu", completou Marcelo.
As duas últimas novelas de
Durst, "Tocaia Grande", exibida
na Manchete em 96, e "Os Ossos
do Barão", do SBT, tiveram colaboração de Marcos Lazarini, Mário Teixeira e Duca Rachid.
Segundo Lazarini, Durst teve
uma obra determinante para a história da TV brasileira. "Com a
'TV de Vanguarda', que fez na TV
Tupi nos anos 50, ele lançou as bases para a teledramaturgia", disse.
Durst fazia, em especiais semanais, adaptações para a TV de textos clássicos, como "Crime e Castigo", que obtinham enorme sucesso de audiência.
"Durst era um intelectual que
vivia de contar histórias. Ele elaborava programas que enchiam a TV
brasileira de realidade, mas com
tratamento estético, muito diferente da exploração da realidade
que é feita hoje na TV", afirmou
Lazarini.
Um exemplo citado por ele é a
novela "Gabriela" (1975). "Minisséries como 'Anarquistas Graças a Deus' e 'Grande Sertão: Veredas' também tinham a característica de conciliar entretenimento
com abordagem social, preocupação de Durst em seus trabalhos."
Duca Rachid, colaboradora de
Durst em "Ossos do Barão", falou sobre o privilégio de ter trabalhado com Durst.
"Ele foi um dos grandes nomes
da TV brasileira. Além de profissional extraordinário, era uma
pessoa extremamente generosa",
disse.
Segundo Lazarini, um dos sonhos de Durst era poder produzir e
dirigir o longa-metragem "Um
Certo Capitão Galdino", roteiro
seu sobre o filme "O Cangaceiro",
de Lima Barreto.
"O roteiro é um emblema do
que significa criar no Brasil", disse o colaborador.
Durst integrava o grupo de criação do estúdio Vera Cruz, em São
Bernardo do Campo.
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