São Paulo, sábado, 25 de agosto de 2001

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"Quero fazer o manuscrito viajar e compartilhá-lo", diz comprador

DA REPORTAGEM LOCAL

Jim Irsay, 42, que comprou o manuscrito de "On the Road", é uma espécie de milionário doidão com dinheiro suficiente para gastar em objetos da cultura underground ou pop, como a guitarra de Elvis Presley. Leia trechos da entrevista à Folha, por telefone.

Folha - Por que o sr. quis comprar o manuscrito?
Jim Irsay -
Creia, não foi por uma razão financeira. Cerca de 48 horas depois poderia vendê-lo por três vezes mais. Quero promover o manuscrito. No 50º centenário do lançamento do livro, em 2007, é uma forma natural de celebrar que o manuscrito viaje, para compartilhá-lo com outras pessoas. Essa é a razão pela qual o comprei. Você tem de estar sempre em movimento. É sobre isso que "On the Road" fala.

Folha - Não é uma contradição que um livro beatnik seja comprado por um milionário?
Irsay -
É exatamente isso que me fez feliz. Sou um escritor, escrevo poesias, músicas, toco guitarra. O típico milionário mudou muito.

Folha - O que o sr. sentiu quando teve o manuscrito em mãos?
Irsay -
Senti muita energia, pensei que "cool" era. E, depois de tudo, simplesmente pensei: "Oh, Deus, Deus, eu tenho esse manuscrito". Pensei sobre história, sobre como isso sobreviveu a todos estes anos. Sei que "On the Road" tem muitos fãs ao redor do mundo e eu sei como é se sentir um fã. A melhor parte é que as pessoas digam que está no lugar certo.

Folha - Que mais o sr. compraria?
Irsay -
Há uma história de que, quando Bob Dylan escreveu "Blood on the Tracks" (1974), o livro com as letras originais desapareceu, foi parar nas mãos de alguém. Cameron Crowe [diretor de "Quase Famosos" e seu amigo] me disse: "Não se esqueça disso". E eu continuo interessado.



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