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"Quero fazer o manuscrito viajar e compartilhá-lo", diz comprador
DA REPORTAGEM LOCAL
Jim Irsay, 42, que comprou o
manuscrito de "On the Road", é
uma espécie de milionário doidão
com dinheiro suficiente para gastar em objetos da cultura underground ou pop, como a guitarra
de Elvis Presley. Leia trechos da
entrevista à Folha, por telefone.
Folha - Por que o sr. quis comprar
o manuscrito?
Jim Irsay - Creia, não foi por uma
razão financeira. Cerca de 48 horas depois poderia vendê-lo por
três vezes mais. Quero promover
o manuscrito. No 50º centenário
do lançamento do livro, em 2007,
é uma forma natural de celebrar
que o manuscrito viaje, para compartilhá-lo com outras pessoas.
Essa é a razão pela qual o comprei.
Você tem de estar sempre em movimento. É sobre isso que "On the
Road" fala.
Folha - Não é uma contradição
que um livro beatnik seja comprado por um milionário?
Irsay - É exatamente isso que me
fez feliz. Sou um escritor, escrevo
poesias, músicas, toco guitarra. O
típico milionário mudou muito.
Folha - O que o sr. sentiu quando
teve o manuscrito em mãos?
Irsay - Senti muita energia, pensei que "cool" era. E, depois de tudo, simplesmente pensei: "Oh,
Deus, Deus, eu tenho esse manuscrito". Pensei sobre história, sobre
como isso sobreviveu a todos estes anos. Sei que "On the Road"
tem muitos fãs ao redor do mundo e eu sei como é se sentir um fã.
A melhor parte é que as pessoas
digam que está no lugar certo.
Folha - Que mais o sr. compraria?
Irsay - Há uma história de que,
quando Bob Dylan escreveu
"Blood on the Tracks" (1974), o livro com as letras originais desapareceu, foi parar nas mãos de alguém. Cameron Crowe [diretor
de "Quase Famosos" e seu amigo]
me disse: "Não se esqueça disso".
E eu continuo interessado.
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