São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 2005

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Antes do amanhecer

BÁLINT KENYERES

A aparente calma da paisagem que ocupa boa parte dos 13 minutos do filme do húngaro Bálint Kenyeres esconde angústias, histórias de mudança, indecisões.
E é a relação entre a tranqüilidade e o desespero a responsável pelo impacto da narrativa.
A câmera lenta e grandiloqüente de um único plano-seqüência permite que a beleza plástica do filme ocupe o espaço deixado pela falta de diálogos -num bom exemplo de que, principalmente nos curtas-metragens, uma câmera bem dirigida conta histórias dispensando palavras.
Selecionado para a competição oficial do festival de Cannes deste ano, "Antes do Amanhecer" é um desconcertante retrato político sobre a tragédia de um grupo de refugiados que espera, num campo de trigo, a redenção -nesse caso, uma possibilidade de passar para o outro lado da fronteira.
A câmera se movimenta em panoramas circulares, mas mantém (uma confortável) distância dos personagens, quem sabe querendo dizer exatamente o oposto: que é preciso se aproximar cada vez mais deles. (BP)

Quando: amanhã, às 15h (Espaço Unibanco); 30/8, às 15h (MIS)


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