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O ESCRITOR
Ser aviador era mais que profissão
de Paris
"Era uma época em que os
motores paravam todo o
tempo", diz logo no início
das gravações Saint-Exupéry. O tempo todo, no caso,
significava uma pane para
cada cinco vôos, em média.
Ser aviador, mais do que
uma profissão, era uma
aventura.
Em "Terra dos Homens",
Saint-Exupéry lembra o dia
em que Henri Guillaumet
lhe mostrou o mapa da Espanha e, apontando os poucos pontos para aterrissagens forçadas, lhe explicou
também o modo de pensar
das pessoas que encontraria.
Saint-Exupéry viveu, em
seus 44 anos, essa vida de
aventura. De seu último vôo
só resta um bracelete de prata, no qual estão gravados o
seu nome e o de sua mulher
-Consuelo. O objeto foi encontrado na região de Marselha (sul da França) há um
ano.
Com a declaração de guerra entre a França e a Alemanha, em 1939, Saint-Exupéry
é convocado a integrar as
forças francesas. Sua missão
é treinar jovens pilotos. No
início, é afastado das missões de guerra -devido a
sequelas deixadas por inúmeros acidentes.
No ano anterior, ao tentar
estabelecer uma linha de
correio entre Nova York e a
Terra do Fogo (fora diretor
da Aeroposta Argentina, em
1929 e 30), sofreu um acidente na Guatemala e passou cinco dias em coma.
Em 4 de junho de 1943,
com a França ocupada, Exupéry se integra, como capitão, às forças norte-americanas. Faz vôos de reconhecimento até 12 de agosto,
quando é colocado na reserva.
Menos de um ano depois,
em maio de 1944, insiste e
volta ao serviço militar. Ao
fim de julho, um coronel o
aconselha a parar pois já realizara em três meses o que
seus colegas faziam em um
ano de vôos.
"Impossível. Continuarei
com meus camaradas até o
fim", respondeu Exupéry.
Em 31 de julho, faz seu último vôo, a bordo de um
Lightning P-38, um dos mais
importantes aviões norte-americanos da época.
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