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Contadora popular
encarna Bufão
DA REPORTAGEM LOCAL
A mossorense Tony Silva,
44, tornou-se famosa na cidade protagonizando o "Auto da Liberdade". É figura
cativa desde 99. Na versão de
Gabriel Villela, Silva é a contadora de histórias.
"Tô ficando caduca. O povo só me chama para contar
histórias, coisa de velha",
brinca a mulher que Villela
descobriu saber manejar
instintivamente os arquétipos medievais do Bufão e do
Arlequim (commedia dell'arte). Quem a fisgou para o
teatro, há 22 anos, foi o autor
do "Auto da Liberdade",
Joaquim Crispiniano Neto,
em "Circo, Alegria do Povo".
À época, Silva trabalhava
como técnica agrícola e estudava educação física. Durante dez anos, atuou no grupo
Terra, que armava tenda teatral em regiões rurais. Depois, frequentou o grupo de
teatro de rua Escarcel e a cia.
Nocaute à Primeira Vista.
Em 2000, participou do filme "Lua Cambará", de Rosemberg Cariri.
Silva tem consciência de
que a liberdade tão cultivada
em sua cidade não é plena,
está longe do ideal humanista que ela mesma defendeu
em espetáculos politizados,
como em "Garrancho, uma
Ópera Sertaneja", do paraibano Aécio Cândido.
Baseada no levante de trabalhadores das salineiras da
região, a atriz também surgia como contadora de histórias dos "verdadeiros heróis" que se revoltaram contra as condições de trabalho.
Assessora técnica da Fundação Estadual da Criança e
do Adolescente, em Mossoró, ela também canta em cena. Diz que lhe falta a técnica, mas não perde o tom.
"Parei de fumar há dez anos.
Minha voz é pesada", afirma
a fã das cantoras Virgínia
Rodrigues e Césaria Évora.
"Elas vêm da raça, como eu.
Sinto-me uma divina no teatro", afirma a diva negra do
auto popular.
(VS)
O jornalista Valmir Santos
viajou a convite da Prefeitura
de Mossoró
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