São Paulo, sexta, 25 de setembro de 1998

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SLAYER

MARCELO TEIXEIRA
MARCELO MOREIRA
da Agência Folha

A definição da lista de atrações do PhilipsMonsters of Rock 98 acabou, involuntariamente, colocando o grupo Slayer como o "headliner" (atração principal que encerra eventos com várias bandas) do festival.
A banda de thrash metal norte-americana disputa o privilégio com os compatriotas do Megadeth, que foram considerados os melhores entre as bandas que se apresentaram na festa de aniversário da rádio paulista 89 FM, em dezembro passado.
Apesar de figurar como a atração principal do Philips Monsters of Rock desde as primeiras especulações, o Slayer nunca foi cotado para encerrar o festival. Os preferidos da promotora e do patrocinador do festival eram as bandas norte-americanas Van Halen e Metallica.
Inclusive, chegou-se a comentar que a Philips condicionou o patrocínio à vinda do Van Halen.
O grupo Slayer, em turnê de lançamento de seu novo CD, "Diabolus in Musica" (leia crítica à esq.), disse que não havia previsão para tocar no Brasil neste ano antes do convite para o festival, segundo seu vocalista e baixista, Tom Araya, em entrevista por telefone.
Leia a seguir trechos da entrevista, em que Araya esclarece de vez o suposto desentendimento entre o Slayer e o Sepultura.

Folha - O novo disco do Slayer apresenta mudanças em relação aos trabalhos anteriores: as músicas estão mais lentas. Como está a receptividade do novo trabalho?
Tom Araya -
Acho que o disco está indo muito bem. Pelo menos, é o que a gravadora diz. Está vendendo cerca de 10 mil cópias por semana e deve chegar às 500 mil cópias vendidas. Deverá vender até mais que o último CD, "Undispute Attitude". A banda tem sido bastante consistente em vendagens.
Folha - O público então gostou das mudanças?
Araya -
Não acredito que mudamos muito. Basicamente mantivemos o mesmo estilo. O que nós queríamos fazer antes de ir para o estúdio, e conseguimos, eram algumas experiências e mudanças nos vocais.
Talvez por isso o álbum pareça um pouco mais melódico que o disco anterior.
Também não acho que as músicas tenham ficado mais lentas. Para mim a velocidade realmente não importa. Se as músicas são boas, isso é o que realmente importa, não a velocidade em que a música é executada.
Folha - Para esclarecer de vez: integrantes do Sepultura disseram anos atrás que tiveram desentendimentos com vocês, mas recentemente disseram que nada aconteceu de importante entre as bandas. O que você diz sobre isso?
Araya -
Vou lhe contar a verdade sobre essa história. Nós nunca tivemos muitas oportunidades de nos encontrar.
Eu encontrei Max (Cavalera) há uns cinco anos. Pedi para tirar uma foto com ele. Essa foi a primeira vez que estivemos juntos.
Há uns dois anos estive com Andreas, na Inglaterra. Nós conversamos um pouco, bebemos, ficamos chapados e só.
O que eu quero dizer é que nós não somos amigos, porque nos encontramos pouco, mas não tenho nada contra nenhum deles. Respeito o Sepultura pelo o que eles fizeram. Uma banda sair do Brasil para tocar metal é um feito.
Folha - Já ouviu o novo trabalho de Max com o Soulfly?
Araya -
Eu ainda não ouvi o álbum e fica difícil dizer muita coisa. Mas eu os ouvi tocar ao vivo na Inglaterra e achei que a banda está bastante pesada. Fiquei bastante impressionado.



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