São Paulo, sexta, 25 de setembro de 1998

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CRÍTICA - SLAYER
Novo CD faz revolta com melodia


da Agência Folha

O Slayer fez algumas mudanças em seu novo CD, "Diabolus in Musica", para continuar exatamente o mesmo.
E o incrível, no caso do Slayer, é que sempre dá certo.
O novo trabalho tem muito barulho, muita agressividade, muita revolta, tudo isso com uma novidade: pitadas de melodia.
O grupo continua apostando naquilo que chama de "integridade": nada de mudanças bruscas no som, nada de inovações, enfim, nada de evolução, trilhando o caminho oposto de bandas conterrâneas como o Metallica.
Só que a principal característica do novo trabalho é a evolução da banda como um todo e dos músicos, individualmente, dentro do estilo que consagrou o grupo no mundo inteiro, o thrash metal.
² Amadurecimento

"Diabolus in Musica" mostra o Slayer mais maduro e mais técnico. A agressividade pura e simples do grupo adicionou ao lançamento um novo sentido melódico e um trabalho vocal e instrumental mais elaborado.
O resultado é um álbum que se destaca entre os mais recentes do heavy metal, um gênero que, depois de se reerguer no final de 1995, parece estar patinando novamente na falta de criatividade e de carisma de seus artistas.
O grupo abandona de vez os temas satânicos e investe no que o guitarrista Kerry King chama de "doenças da sociedade".
Trata-se de assassinatos, serial killers, guerra, pânico, anarquia e morte.
Os destaques do CD são justamente as duas primeiras músicas, "Bitter Peace" e "Stain of Mind". São, certamente, as faixas mais pesadas de "Diabolus in Musica", que têm um brilhante trabalho de guitarras.
Segundo Kerry King, em entrevista a uma revista japonesa, não houve a intenção de se colocar as principais músicas logo na abertura do trabalho.
"Mesmo porque não as considero como as melhores, nosso som é bem homogêneo. No entanto, admito que foi um belo cartão de entrada para o CD."
A partir da terceira faixa, "Love to Hate", já é possível notar com mais clareza o excelente trabalho do baterista Paul Bostaph.
Ele se apresenta surpreendentemente muito mais técnico, com um repertório maior de variações rítmicas.
O álbum fica meio repetitivo quando se chega à metade das músicas, mas volta a crescer em "Perversions of Pain" e "Desire".
Essas duas músicas apresentam guitarras muito pesadas e, de certa forma, hipnóticas.
(MMr)
²
Disco: Diabolus in Musica Grupo: Slayer Lançamento: Sony Quanto: R$ 18 (em média)



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