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CRÍTICA - SLAYER
Novo CD faz revolta com melodia
da Agência Folha
O Slayer fez algumas mudanças
em seu novo CD, "Diabolus in Musica", para continuar exatamente o
mesmo.
E o incrível, no caso do Slayer, é
que sempre dá certo.
O novo trabalho tem muito barulho, muita agressividade, muita revolta, tudo isso com uma novidade: pitadas de melodia.
O grupo continua apostando naquilo que chama de "integridade":
nada de mudanças bruscas no
som, nada de inovações, enfim, nada de evolução, trilhando o caminho oposto de bandas conterrâneas como o Metallica.
Só que a principal característica
do novo trabalho é a evolução da
banda como um todo e dos músicos, individualmente, dentro do
estilo que consagrou o grupo no
mundo inteiro, o thrash metal.
²
Amadurecimento
"Diabolus in Musica" mostra o
Slayer mais maduro e mais técnico. A agressividade pura e simples
do grupo adicionou ao lançamento um novo sentido melódico e um
trabalho vocal e instrumental mais
elaborado.
O resultado é um álbum que se
destaca entre os mais recentes do
heavy metal, um gênero que, depois de se reerguer no final de 1995,
parece estar patinando novamente
na falta de criatividade e de carisma de seus artistas.
O grupo abandona de vez os temas satânicos e investe no que o
guitarrista Kerry King chama de
"doenças da sociedade".
Trata-se de assassinatos, serial
killers, guerra, pânico, anarquia e
morte.
Os destaques do CD são justamente as duas primeiras músicas,
"Bitter Peace" e "Stain of Mind".
São, certamente, as faixas mais pesadas de "Diabolus in Musica",
que têm um brilhante trabalho de
guitarras.
Segundo Kerry King, em entrevista a uma revista japonesa, não
houve a intenção de se colocar as
principais músicas logo na abertura do trabalho.
"Mesmo porque não as considero como as melhores, nosso som é
bem homogêneo. No entanto, admito que foi um belo cartão de entrada para o CD."
A partir da terceira faixa, "Love
to Hate", já é possível notar com
mais clareza o excelente trabalho
do baterista Paul Bostaph.
Ele se apresenta surpreendentemente muito mais técnico, com
um repertório maior de variações
rítmicas.
O álbum fica meio repetitivo
quando se chega à metade das músicas, mas volta a crescer em "Perversions of Pain" e "Desire".
Essas duas músicas apresentam
guitarras muito pesadas e, de certa
forma, hipnóticas.
(MMr)
²
Disco: Diabolus in Musica
Grupo: Slayer
Lançamento: Sony
Quanto: R$ 18 (em média)
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