São Paulo, sexta, 25 de setembro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FESTIVAL
Mostra apresenta retrospectiva do diretor egípcio Youssef Chanine
Novo filme de Allen inicia hoje 36º Festival de Cinema de NY

AMIR LABAKI
de Nova York

"Celebridade", a poderosa comédia sobre a fama de Woody Allen, abre nesta noite no Lincoln Center o 36º Festival de Cinema de Nova York.
É o principal evento fílmico da cidade. O mais exclusivo também. Descontadas a retrospectiva e as sessões de clássicos, menos de 30 longas disputam até o próximo dia 11 a atenção dos cinéfilos de Manhattan. Contas feitas, dos melhores filmes da fraca safra 98, apenas "A Vida É Bela", de Roberto Begnini, e "Central do Brasil", de Walter Salles, não participam do festival. Ambos preparam-se para estrear nos EUA, de olho na corrida pelo Oscar.
O Brasil marca presença na seleção de curtas com "Todo o Dia Todo", de Flávio Frederico.
Não-competitivo, o festival tem sido, em suas quase quatro décadas, a grande vitrine nova-iorquina para o cinema internacional. Sua importância só cresceu no período. "Há 30 anos havia um circuito muito mais saudável de cinemas de arte e alternativos para a exibição de filmes estrangeiros", reconhece Richard Pesa, diretor do festival.
Uma vaga na seleção não tem preço. É meio caminho para uma possível distribuição comercial no hiper-restrito mercado americano para produções em língua não-inglesa.
Um exemplo deste ano: o principal cineasta egípcio, Youssef Chanine, 72 anos, 37 longas nas costas, Prêmio Especial pela carreira na celebração do cinquentenário de Cannes (1997), jamais teve qualquer de seus filmes exibido comercialmente nos EUA.
O festival o homenageia com uma retrospectiva de 13 títulos. Seu mais recente filme, "O Destino", faz parte do lote. Já tem estréia marcada aqui no mês que vem. É simples assim.
A força do evento repousa nesse papel de cunha cosmopolita no xenófobo mercado fílmico americano, ocupado em mais de 95% por Hollywood e, nas franjas, pelos independentes. Porém, uma menor abrangência de nacionalidades marca a seleção deste ano. EUA e França dominam a lista. Contam-se apenas um longa africano, três asiáticos e nenhum latino-americano.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.