São Paulo, sexta, 25 de setembro de 1998

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Melancias de Clinton despertaram Hillary

PATRICIA DECIA
da Reportagem Local

"Temos as maiores melancias do mundo." Apesar de considerada pouco inteligente entre os alunos da Universidade de Yale, foi com essa frase que Bill Clinton chamou a atenção de Hillary Rodham pela primeira vez, em 1970.
A história, que aconteceu muito antes de Gennifers, Paulas e Monicas entrarem na vida do primeiro-casal norte-americano, está no livro "Quer Casar Comigo?", lançado no Brasil pela editora Record, com detalhes de 26 pedidos de casamento entre famosos.
Pouco romantismo, uma mulher engajada e despreocupada com questões estéticas e um rapaz do interior cujas altas pretensões políticas surgiram de um aperto de mão com o então presidente Kennedy é o que aparece na "polaroid" feita pelas autoras Wendy Goldberg e Betty Goodwin.
De acordo com elas, foi Hillary, "sem maquiagem, usando óculos fundo de garrafa, camisas de flanela e os cabelos castanhos revoltos", a responsável pela aproximação do casal, dias depois.
"Se você vai continuar me olhando e eu a você, acho que deveríamos ao menos nos conhecer. Sou Hillary Rodham", teria dito ao futuro presidente, na biblioteca.
A resposta de Clinton tornou-se pública em declaração à revista "Newsweek": "Eu não consegui lembrar meu próprio nome. Eu soube, no momento em que a vi, que, se me envolvesse com ela, iria me apaixonar".
A história dos Clinton, que se casaram em 11 de outubro de 1975, vem precedida de epígrafe do autor de "O Pequeno Príncipe", Antoine de Saint-Exupéry: "O amor não consiste em olhar um para o outro, e sim olhar, juntos, na mesma direção".
Nesse caso, a direção era a política, ironicamente, a mesma que fez as infidelidades de décadas seguintes ganharem proporções mundiais. Por outro lado, pode ser um dos fatores que mantêm o casal ainda distante da separação legal.
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Contos de fadas?
Idealizado para ser uma espécie de compêndio do lado feliz das uniões matrimoniais, "Quer Casar Comigo?" começa com a história do criador da psicanálise Sigmund Freud e de sua mulher Martha Bernays, no final do século 19, e termina com o casamento do príncipe herdeiro Naruhito do Japão e Masako Owada, em 1993.
Mas o livro não escapa das reviravoltas da vida real. Dos casais mais jovens incluídos, alguns já se separaram após a publicação nos EUA, como os atores Demi Moore e Bruce Willis.
No recheio, estão outros casais do cinema -como Paul Newman e Joanne Woodward e Sophia Loren e Carlo Ponti- e da política, como o casal símbolo dos anos 60, John Fitzgerald Kennedy e Jacqueline Bouvier, casados em 12 de setembro de 1953.
Estão lá detalhes sobre como eles se conheceram, o anel de compromisso -uma aliança com um diamante e uma esmeralda, quadrados, da Van Cleef & Arpels- e a lua-de-mel. No entanto, não há menção sobre as supostas infidelidade de Kennedy.
Mas, virando a página, depara-se com a foto da atriz Marilyn Mon- roe, que teria tido um envolvimento com Kennedy, nos braços do jogador de beisebol Joe DiMaggio, com quem ela foi casada por apenas nove meses.
Outro presidente citado no livro é Ronald Reagan, que, na época de seu casamento com Nancy Davis (4 de março de 1952), era somente um ator de Hollywood.
O melhor exemplo de conto de fadas, no entanto, vem da Inglaterra. É impossível não se impressionar com a história do duque de Windsor, Edward, que abdicou do trono pela plebéia divorciada Wallis Simpson, em junho de 1937.
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Livro: Quer Casar Comigo? Autoras: Wendy Goldberg e Betty Goodwin Lançamento: editora Record Quanto: R$ 20 (136 págs.)


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