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ARTE/CIDADE 3
Atraso não preocupa organizador do evento, que contará ainda com programa de performances
Trabalhos não devem estar finalizados
da Reportagem Local
Os visitantes
que decidirem
conhecer o Arte/Cidade 3 ainda hoje, no dia
de sua abertura,
correm o risco
de encontrar
muitos trabalhos ainda em fase de
produção.
O atraso, causado em parte pela
imprevisibilidade de uma programação de um megaevento como o
Arte/Cidade 3, mas também pela
chuva constante no início da semana, não preocupa Nelson Brissac Peixoto, responsável pelo
acontecimento.
"Acho até bastante interessante
que alguns trabalhos ainda estejam em andamento. Vai mostrar
ao espectador que se trata de um
'work in progress'. São trabalhos
que foram concebidos para o local
e poderiam apresentar problemas", disse.
Às vésperas da inauguração, os
operários trabalhavam dia e noite,
o que não era possível até a semana
passada, já que as instalações ainda não contavam com luz elétrica.
Alguns dos mais interessantes
trabalhos, como os de Carlos Vergara, Cildo Meirelles, Patrícia Azevedo, Flávia Ribeiro, José Spagniol
e da dupla Roberto Moreira e Marcelo Dantas tinham finalização garantida.
Além dos trabalhos dos 37 artistas e alguns projetos paralelos, o
evento Arte/Cidade 3 contará com
um programa de performances.
A primeira delas acontece hoje,
às 18h, no prédio das caldeiras
(subsolo das indústrias Matarazzo). O artista plástico emergente
Maurício Ianês apresenta "Apófase", trabalho em que permanece
estático durante duas horas, com
uma fita isolante enrolada por todo o corpo.
O evento, orçado em US$ 4 milhões, acontece até 30 de novembro na Estação da Luz, Moinho
Central (que tem acesso apenas de
trem) e antigas indústrias Francisco Matarazzo. Neste último, haverá um estacionamento à disposição dos visitantes.
O trajeto será feito em um trem
concebido e reformado especialmente para o evento. O "kino
trem" remete aos trens usados na
União Soviética nos anos 30,
quando os governantes locais perceberam que trem e cinema eram
os únicos meios disponíveis para a
integração ideológica e territorial
da gigantesca nação. Entrada do
evento e passeio de trem são grátis.
A presença do "kino trem" nos
trilhos da cidade é tão marcante
que obrigou as companhias ferroviárias que colaboram com o projeto -CPTM (Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos), Fepasa (Ferrovia Paulista
S.A.) e RFFSA (Rede Ferroviária
Federal S.A.)- a se adaptarem e
até alterarem o uso de alguns ramais pelo público usuário.
(CELSO FIORAVANTE)
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