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RELÂMPAGOS
Damas do
apostolado
JOÃO GILBERTO NOLL
Velhinhas na sacristia. O
toró na vidraça. Eu trazia a
capa e um guarda-chuva extras. Levaria uma delas para
casa. Por que eu fora buscar
uma das velhinhas, se não tinha mais mãe, alguma tia ou
amiga octogenária? O meu
gesto, ali, me pareceu tão ridículo que recuei, fechei a
porta e, só depois de fechá-la, pedi desculpas. Elas falavam sobre a chuva. O retrato
de um padre antigo, na parede, exalava uma contagiante
complacência. Quando parei no boteco e pedi café, ah!,
era como se já tivesse visto
um bocado... Mais, bem
mais do que eu imaginava...
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