da Redação

A música sertaneja "moderna" sempre sofreu algum tipo de preconceito. O fato é que ela atende a uma demanda -e a vendagem no início da década mostrou isso.
De alguma forma, essa arrancada fez com que uma marca ficasse: a de que esse tipo de música é a "trilha sonora da era Collor".
Não só porque o ex-presidente recebeu sertanejos no Planalto e na Casa da Dinda. Isso foi ironizado até no cinema. Em "Terra Estrangeira" (Walter Salles Jr.), enquanto a então ministra Zélia Cardoso de Mello anuncia o Plano Collor na TV, a personagem vivida por Laura Cardoso morre do coração. No toca-discos, "Pense em Mim".
Mas, da mesma forma que é preciso separar o sertanejo de raiz -Tonico & Tinoco, Milionário & José Rico e Alvarenga & Ranchinho- do novo -caso dos "Amigos" e das duplas que "correm por fora", como Gian & Giovani-, cada um dos novos sertanejos tem seu estilo próprio. Vamos a eles.
Chitãozinho & Xororó, 27 anos de carreira, abriram caminho para essa nova geração. Hoje, a dupla é refratária, fala pouco e o óbvio. Canta o tradicional e procura ganhar mercado gravando com artistas estrangeiros e fazendo versões do country internacional.
Zezé di Camargo, da dupla com Luciano, é um dos artistas nacionais mais sérios. Compositor que recebe mais direitos autorais no país, está sempre tendo reuniões em que mostra sua preocupação com o meio artístico. Na próxima quarta (29), em companhia de Martinho da Vila e Daniela Mercury, tem audiência com o presidente Fernando Henrique Cardoso para falar sobre pirataria.
A mesma preocupação não têm os ex-plantadores de tomates Leandro e Leonardo. Basicamente, são intérpretes e também procuram em compositores consagrados músicas comerciais.
Sempre disseram que o importante é ganhar dinheiro. "Cantamos para qualquer candidato. O dinheiro é o mesmo", afirmou Leonardo há cinco anos. Não ligam tanto para a parte artística ou ideologias. São mais comerciais. Tanto que viram comercial -caso de "Cerveja", gravada neste ano, que virou tema da Bavaria. (LPz)



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