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MÚSICA
Dupla tenta evitar derrocada; venda é uma das menores
LUÍS PEREZ
da Redação
A dupla Leandro & Leonardo tenta evitar a derrocada total da
vendagem de seus discos e acaba
de mudar de gravadora -deixou a
Continental e assinou, há duas semanas, contrato com a BMG.
Embora a transação esteja confirmada com o presidente da BMG
Brasil, Luiz Oscar Niemeyer, 40, a
dupla se recusa a falar a respeito.
Por meio da assessora de imprensa
Ede Cury, 42, afirmou que "não é
o momento de falar sobre isso".
Também não quis abordar outros
temas em entrevista.
"Evidentemente, eles já podem
falar como artistas da BMG", afirma Niemeyer, que comprou o passe da dupla em um momento de
baixa. O auge foi em 1990 -com
"Pense em Mim", ainda sob a ressaca de "Tapas e Beijos"-, ano
em que um único disco vendeu
2,85 milhões de cópias.
Lançado em julho deste ano, o
mais recente trabalho da dupla teve uma vendagem inicial de 300
mil cópias, número baixo, comparável somente ao início da carreira, em 1987, quando venderam só
250 mil cópias do segundo disco.
A vendagem baixa é inversamente proporcional à presença da dupla na mídia, principalmente em
comerciais de TV. Os cantores
participaram, nos últimos três meses, de três comerciais: da Telesena, Nestlé e Bavaria.
Com toda essa exposição, a venda aumentou para 376 mil discos
-cerca da metade do que vendeu
o CD do ano passado da dupla João
Paulo & Daniel (700 mil), que também era da Continental.
O disco deste ano, com a morte
de João Paulo, em 12 de setembro,
vendeu cerca de 600 mil cópias.
O presidente da BMG se recusa a
falar sobre cifras. Segundo a Folha
apurou, porém, o novo contrato
de Leandro & Leonardo está entre
R$ 4 milhões e R$ 5 milhões, para
quatro anos de trabalho.
Milionário, mas pouco comparável ao que já foi no passado
-quando potencialmente poderia chegar ao dobro desse valor.
O valor de um contrato varia de
acordo com a média de vendagem
do artista nos últimos anos.
A partir desse número, é feito um
cálculo de quanto seriam recebidos como royalty -valor devido a
quem detém o direito sobre patente ou exploração comercial de produto ou obra original.
O valor pode ser adiantado para
o artista. No decorrer dos anos, de
acordo com a venda, essa quantia
vai sendo amortizada. Se não vender a quantidade de cópias prevista, o contrato é automaticamente
prorrogado, e o artista, obrigado a
gravar discos até cumpri-lo.
Em um contrato de quatro anos
para artista que vende 1 milhão por
ano, o contrato varia entre R$ 6
milhões e R$ 8 milhões. O percentual que ele recebe também varia
-de acordo com o peso que tem.
Há desde os que ganham 8% dos
royalties até os que recebem 16%.
A dupla Leandro & Leonardo ainda tem compromissos com a Continental, com a qual o contrato só
venceria em março de 1998.
"A partir daí, começa a vigência
do contrato deles com a gente", diz
o presidente da BMG, para quem a
tiragem inicial de 300 mil cópias da
dupla nada mais foi do que "estratégia de venda" da Continental.
"Existe uma gravadora com
postura mais agressiva e outra
com postura menos agressiva, de
ganhar mercado aos poucos, à medida que o disco sai da loja."
Nesse raciocínio, a estratégia da
Sony é bem mais agressiva do que
a da Continental. O CD de Zezé di
Camargo & Luciano foi lançado
com 1 milhão de cópias já vendidas
em setembro deste ano.
Niemeyer diz ainda que a contratação de Leandro & Leonardo era
"uma obsessão" da BMG. Faz
também uma previsão: o próximo
disco da dupla sai em junho de 98.
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