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Crítica
"Um Domingo Qualquer" sintetiza Stone
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O espetáculo é o que melhor
define a obra de Oliver Stone. A
guerra e sua inerente sucessão
de eventos extraordinários
("Platoon"), a história mostrando sua face mais inacreditável (o assassinato de Kennedy em "JFK"), a resistência
política de um exímio "performer" do planeta-mídia (Fidel
Castro em "Comandante")
-tudo elaborado com imagens
igualmente espetaculares,
quando não sensacionalistas.
A prova de que Stone funciona melhor dentro da linha de
grande evento a 24 quadros por
segundo está na falha de "As
Torres Gêmeas" como cinema,
em que ele optou pela imobilidade dos soterrados do WTC e
abdicou da câmera na mão, da
montagem espalhafatosa e da
coragem de adotar uma paleta
estética completamente fora da
padronização.
Isso tudo está em "Um Domingo Qualquer" (Universal,
23h30), certamente o filme-síntese do cineasta. Estamos
no universo colossal do futebol
americano, com seus atletas
meio super-homens (filmados
como soldados num campo de
batalha), o colorido carnavalesco, a explosiva violência das relações humanas e do poder.
Al Pacino é o treinador veterano que tem de levantar um
time e frear egos e a ameaça de
demissão. Drama e superacontecimento, que produzem um
belo casamento entre a estética
de impacto e a crise íntima,
pois o ambiente é o do grande
espetáculo e não há ser melhor
que Pacino para encarnar um
homem no fio da navalha.
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