São Paulo, domingo, 25 de novembro de 2007

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Crítica

"Um Domingo Qualquer" sintetiza Stone

PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O espetáculo é o que melhor define a obra de Oliver Stone. A guerra e sua inerente sucessão de eventos extraordinários ("Platoon"), a história mostrando sua face mais inacreditável (o assassinato de Kennedy em "JFK"), a resistência política de um exímio "performer" do planeta-mídia (Fidel Castro em "Comandante") -tudo elaborado com imagens igualmente espetaculares, quando não sensacionalistas.
A prova de que Stone funciona melhor dentro da linha de grande evento a 24 quadros por segundo está na falha de "As Torres Gêmeas" como cinema, em que ele optou pela imobilidade dos soterrados do WTC e abdicou da câmera na mão, da montagem espalhafatosa e da coragem de adotar uma paleta estética completamente fora da padronização.
Isso tudo está em "Um Domingo Qualquer" (Universal, 23h30), certamente o filme-síntese do cineasta. Estamos no universo colossal do futebol americano, com seus atletas meio super-homens (filmados como soldados num campo de batalha), o colorido carnavalesco, a explosiva violência das relações humanas e do poder.
Al Pacino é o treinador veterano que tem de levantar um time e frear egos e a ameaça de demissão. Drama e superacontecimento, que produzem um belo casamento entre a estética de impacto e a crise íntima, pois o ambiente é o do grande espetáculo e não há ser melhor que Pacino para encarnar um homem no fio da navalha.


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