São Paulo, segunda, 26 de janeiro de 1998.



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Risos e lágrimas

HELOISA SEIXAS

O mímico sai andando atrás da mulher, como se fosse sua sombra. Ela tem um jeito engraçado de andar, que ele imita com perfeição. As pessoas em volta riem. É assim que o mímico ganha a vida: pelas ruas, apanhando as moedas jogadas pelos que acham graça em sua arte. Veste uma roupa de palhaço e tem o rosto coberto por uma pasta branca, com uma lágrima desenhada, que ele mesmo pinta, todos os dias, diante de um pequeno espelho.
Esse espelho é o único que conhece a verdade. Sabe que não é pintada a lágrima que escorre daquela face. É verdadeira.




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