Compositor comemora 40 anos de carreira em shows com Paulinho da Viola, Maria Rita e outros no Sesc Pompéia

RAQUEL COZER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Jair Rodrigues o levou pelo braço, no sentido literal, à sua estréia na TV. Maria Rita nem era nascida. Paulinho da Viola virou parceiro de criação; Vânia Bastos, de gravações e de vida.
A história capaz de agregar num mesmo parágrafo os nomes acima começou nos anos 60, quando Elis Regina (1945-1982) convidou o adolescente Eduardo Gudin a tocar no programa "O Fino da Bossa", que apresentava com Rodrigues.
Agora, aos 56 anos e firmado como um dos maiores (senão o maior) compositores de samba paulistanos em atividade, Gudin é o nome em torno do qual mais de uma dúzia de artistas se reúne no Sesc Pompéia.
Iniciados ontem, os shows "Eduardo Gudin - 40 Anos de Música", com participação do homenageado, vão até domingo, em duas formações. Sobem ao palco hoje Paulinho da Viola, Vânia Bastos, Guinga, Jair Rodrigues e Thobias da Vai-Vai, além de Ilana Volcov e Selma Boragian, colegas do compositor no grupo Notícias dum Brasil. Amanhã e domingo, a celebração une Maria Rita, Fátima Guedes, Dona Inah, Elton Medeiros, Mariana Aydar, Ná Ozzetti e Thobias.
A partir de blocos temáticos -idéia do diretor artístico Heron Coelho para contemplar o repertório que transita do samba à bossa nova-, cada artista interpreta de três a quatro músicas, de "Lá se Vão Meus Anéis" (Gudin/Paulo César Pinheiro) a "Ângulos" (Gudin/ Arrigo Barnabé/Caetano Veloso), encerrando com o tributo "Praça 14 Bis" (Gudin) .
No meio disso, o risco que o homenageado corre é o de se inspirar e garantir material para, quem sabe, uma próxima celebração. "Sou meio assim, eu me emociono. Você vê ali todo mundo cantando o seu trabalho... Dá vontade de sair compondo mais", conclui.