|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Baby Blues" ri do cotidiano dos pais
Quadrinistas norte-americanos abordam com humor a aventura de cuidar de um bebê recém-nascido
PEDRO CIRNE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O que é mais difícil: realizar
os famosos Doze Trabalhos de
Hércules, completar uma maratona, escalar o Everest ou ser
pai ou mãe e ter de cuidar de
um bebê recém-nascido?
Se você já descartou a última
alternativa, provavelmente
ainda não teve filhos, nem leu
"Baby Blues - O Bebê Chegou...
E Agora?!", história em quadrinhos recentemente publicada
no Brasil.
Assim como tudo que um bebê faz em seus primeiros meses
(ou anos) de vida é uma descoberta fenomenal para seus pais,
também pode virar motivo de
piada. Jerry Scott (roteiros) e
Rick Kirkman (desenhos) criaram uma tira sobre os primeiros momentos de um casal
"promovido" há pouco tempo a
pais: Darryl e Wanda, além da
recém-nascida Zoe.
Embora tudo gire em torno
de Zoe, os protagonistas são os
pais e suas reações à dura tarefa
de cuidar de uma criança. A bebê está com cólica! Ela sorriu!
Vomitou no meu ombro! Apertou meu nariz! Tudo é uma
aventura e, entre uma e outra
troca de fralda, o rico cotidiano
de um casal aprendendo a cuidar de um bebê é um farto material para uma história em
quadrinhos de costumes.
A falta de sono, o excesso de
cansaço e a dúvida eterna sobre
estar ou não fazendo a coisa
certa que Darryl e Wanda enfrentam podem até soar como
um "desestímulo" a ter filhos.
Não é o caso: é apenas o saudável hábito que os humoristas
têm de aprender a rir das dificuldades.
Tanto não é um "desestímulo" que a pequena Zoe cresceu e
ganhou irmãos: Hamish (criado em 1998) e Wren (de 2002).
Ambos não aparecem neste livro, que retrata as primeiras
histórias da família.
Na vida real, a família também aumentou. Quando a tira
"Baby Blues" (publicada em
jornais brasileiros como "Zoé e
Zezé") surgiu nos Estados Unidos, em 1990, apenas Scott, o
roteirista, havia sido pai -tinha
duas filhas, de seis e três anos.
Kirkman, mesmo depois de
desenhar tantas olheiras, ombros cansados e vômitos nos
ombros dos pais, teve dois filhos desde que a série começou.
"Baby Blues" foi eleita a melhor tira dos EUA pela Sociedade Nacional de Cartunistas em
1995 e, em 2002, Scott foi premiado o melhor cartunista estrangeiro no Adamsson
Awards, da Suécia -um dos 28
países em que a HQ é publicada. Afinal, se a hercúlea tarefa
de cuidar de um bebê é apreciada em qualquer parte do mundo, saber rir destas situações
tão cotidianas e próximas de
qualquer leitor também rompe
fronteiras.
BABY BLUES - O BEBÊ CHEGOU... E AGORA?!
Autores: Jerry Scott e Rick Kirkman
Editora: Devir
Quanto: R$ 23 (128 págs.)
Texto Anterior: Crítica: "Kamchatka" é apenas cinema comercial Próximo Texto: Luiz Felipe Pondé: Terrorismo sexual Índice
|