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DESENHO ANIMADO/MEMÓRIA
Chuck Jones, criador dos "Looney Tunes", morre aos 89
DIEGO ASSIS
DA REDAÇÃO
Um ano depois de "Os Três
Porquinhos" render um segundo Oscar à Disney, em 1934,
um outro porco, este gago, foi
apresentado ao mundo. Na cola
de Porky Pig -ou Gaguinho, como ficou conhecido no Brasil-
dezenas de outros personagens,
incluídos aí Patolino, Pernalonga,
Hortelino Trocaletra etc., começaram a surgir da cabeça de
Chuck Jones e só pararam na última sexta-feira, quando o diretor
norte-americano morreu vítima
de ataque cardíaco.
Figura das mais criativas dos estúdios da Warner Bros. entre os
anos 30 e 60, Jones foi na verdade
o responsável por dar uma cara
mais autêntica aos "Looney Tunes" da companhia, que, até então, não passavam de meras imitações de desenhos da Disney e da
Universal Pictures.
Jones teve também uma breve
passagem pela companhia de
Walt Disney, em meados de 1955,
e dirigiu episódios de "Tom &
Jerry" (MGM), em 1962, quando a
Warner Bros. encerrou temporariamente suas atividades de animação. Reza a lenda que a única
ambição de Jones, na época, era
tomar o posto de Disney (!). De
volta à Warner, Jones criaria mais
outra leva de personagens clássicos, como Piu-Piu e Frajola, Ligeirinho e o espertinho Papa-Léguas.
Por volta dos anos 70, auge da
Guerra Fria, quando muitos desses personagens passaram a ser
vistos como "propagandistas"
oficiais do governo americano,
Jones abraçou de vez a televisão,
voltando a trabalhar com eles para adaptações direcionadas à "babá eletrônica da América".
Embora indissociável desse viés
político, seus curtas-animados serão lembrados principalmente
pelas situações cômicas e ao mesmo tempo inteligentes que tanto
divertiram e continuam divertindo crianças e adultos até hoje.
Apesar da "aposentadoria" de
Pernalonga e Patolino, entre outros, a Warner continua apostando no filão e mantém atualmente
a série "Tiny Toon", que traz, na
verdade, os "filhos" desses personagens vivendo em uma universidade de desenho animado.
Tendo lhe rendido dois prêmios
Oscar, o primeiro em 66 com a
animação "The Dot and the Line"
e o segundo, honorário, em 96, a
obra de Jones sobrevive também
nas frequentes reexibições de seus
desenhos (SBT e Cartoon Network), em produções hollywoodianas como "Space Jam", em camisetas e produtos de merchandising e numa extensa lista de documentários sobre sua carreira.
Em tempo: o Cartoon Network,
que exibe diariamente horas e horas com os desenhos da turma do
Pernalonga, vem sendo, desde a
chegada da TV a cabo ao Brasil, o
canal preferido dos assinantes.
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