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Em 2003, depois da posse do marido, Gilberto Gil, como ministro da Cultura, Flora Gil anunciou que se afastaria da folia, para evitar conflito de interesses: seu camarote sempre foi patrocinado por empresas privadas. Mudou de idéia. Voltou a produzir o camarote, associada a uma empresa que captou os patrocínios de um orçamento de cerca de R$ 1,5 milhão. Flora, que recebe 6.000 pessoas a cada Carnaval em seu espaço VIP, falou à coluna:
 

Folha - No ano passado você chegou a anunciar que não produziria o camarote em 2004. Por que mudou de idéia?
Flora Gil - O costume de fazer há seis anos. Muita gente lamentou. "Poxa, não vai fazer?", diziam. No fundo, no fundo, eu tinha vontade sim, e acabei fazendo.

Folha - Ser mulher do ministro da Cultura fez diferença na captação de patrocínio?
Flora - Foi uma empresa associada, a Host, que captou o patrocínio. Fiz a produção executiva, que incluía tudo, menos essa parte financeira.

Folha - O que tem de diferente no camarote deste ano?
Flora - O local, por exemplo. Antes era aqui mesmo, no edifício Oceania, só que no andar de cima. Fizemos obras para ocupar o térreo. E essa sala VIP onde estamos é onde funciona a agência de publicidade do Duda Mendonça, que alugou para mim.

Folha - Alugou por quanto?
Flora - Pergunte ao Duda Mendonça.

Folha - O que achou das críticas feitas ao seu retorno à produção do camarote?
Flora - Nada.

Folha - Nem ficou aborrecida?
Flora - Não conheço ninguém que fique feliz quando é criticado.

Folha - Esperava pelas críticas que anda sofrendo?
Flora - Sempre fui uma pessoa correta. Não fico me preocupando com o que vai acontecer. Mas chega desse assunto. Chega de disse-que-disse. Não quero bater boca, quero ficar na minha.

Folha - Vai fazer o camarote de novo em 2005?
Flora - Não vou responder isso. Não tenho como saber o que vai acontecer depois da Quarta-Feira de Cinzas.

Folha - Pelo fato de seu marido, Gil, ser ministro?
Flora - Você insiste nisso... Eu faço o camarote há seis anos. Gil é ministro há um ano.

NOITES DO NORTE

A última noite nos camarotes da Bahia foi marcada pela superlotação. No de Daniela Mercury, houve quem esperasse até 40 minutos para entrar. No da "Vogue", por volta de meia-noite, tinha mais gente na ala VIP do que nos outros espaços.
 
Ciro Gomes e Patrícia Pillar são sérios candidatos ao "título" de casal mais animado da folia baiana. Os dois foram os últimos a ir embora, na manhã de terça, do camarote de Daniela Mercury. Aliás, patrocinado pela Brahma. A comissão de ética do governo orientou os ministros a não frequentarem camarotes de empresas privadas.
 
Patrícia Pillar estava com espinhas. "Comi acarajé demais", explicava.
 
João Ubaldo Ribeiro também apareceu por lá. O escritor vai se isolar depois do Carnaval para escrever seu próximo livro -o nome ele não fala- que devia estar pronto desde o ano passado. "Só consegui escrever dez linhas o ano inteiro", diz ele.
 
Ubaldo dividiu a mesa com Nelson Motta, que ficou quieto quase o tempo todo: está se recuperando de uma forte gripe.
E o ex-jogador de futebol Raí contava a amigos que estuda uma volta ao esporte. Mas não nos campos e sim como administrador de algum clube paulistano ou carioca.
 
Quem não faltou um dia no Expresso foi Luciano, filho de criação de Caetano Veloso que foi expulso de um shopping no Rio. Cercado de amigos, não comentava o caso. "Só posso falar com autorização da minha madrinha", dizia, referindo-se a Paula Lavigne.
 
Uma das figuras mais animadas do camarote de Flora era a auxiliar de limpeza Fátima Fonseca. Ela não conteve a alegria depois de tirar foto ao lado de Sabrina Parlatore. Ou quase. Assim que a apresentadora virou as costas, Fátima comentou, equivocada: "Menino, eu a-do-ro a Fabiana Saba."
 
Já tem gente planejando temporadas mais longas em Salvador. Adriane Galisteu anda procurando imóvel para comprar. Está de olho em um apartamento no Corredor da Vitória.

@ - bergamo@folhasp.com.br

COM CLEO GUIMARÃES E ALVARO LEME

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