São Paulo, quinta-feira, 26 de fevereiro de 2004

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Longa provoca discussão entre líderes religiosos

DE NOVA YORK

A estréia do filme "A Paixão de Cristo" nos EUA, ontem, foi marcada por debates acalorados entre líderes cristãos e judaicos.
A encenação dirigida por Mel Gibson dos últimos momentos da vida de Jesus Cristo nas telas é interpretada por líderes da comunidade judaica como um estímulo ao anti-semitismo.
"Ver peças sobre a paixão não incita apenas a paixão pelo amor em termos de cristãos, mas, ao mesmo tempo, estimula e incita o ódio aos judeus", diz Abraham Foxman, diretor-executivo da Liga Antidifamação -associação que combate o preconceito contra os judeus.
O arcebispo de Nova York, Edward Egan, afirmou que não há motivo para professar que os judeus foram os responsáveis pela crucificação de Cristo.
Para o rabino Robert Levine, da União de Rabinos de Nova York, o filme é apenas "um evangelho segundo Mel Gibson". Já William Donahue, presidente da Liga Católica, o roteiro dirigido por Gibson mostra uma "verdade dura" dos evangelhos, mas não traz uma mensagem de anti-semitismo.
Em Nova York, num cinema localizado no Upper East Side, não havia fila minutos antes da primeira sessão do filme, ao meio-dia de ontem (14h em Brasília).
Em outros pontos dos EUA, porém, a estréia foi recebida com furor. Grupos formados por membros de igrejas -católicas e protestantes- compraram ingressos antecipados para assistir ao filme. O site da Associação Nacional dos Evangélicos vende ingressos para o que chama de "a maior estréia da história do cinema". O filme está em cartaz em mais de 4.600 salas no país.
O apreço pelo filme não foi consensual. "Eu me senti distanciado de Jesus por causa da violência. Não consegui me identificar com ele", diz Philip L. Blackwell, reverendo da Primeira Igreja Metodista Unida de Chicago.
(CÍNTIA CARDOSO)


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