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Longa provoca discussão entre líderes religiosos
DE NOVA YORK
A estréia do filme "A Paixão de
Cristo" nos EUA, ontem, foi marcada por debates acalorados entre
líderes cristãos e judaicos.
A encenação dirigida por Mel
Gibson dos últimos momentos da
vida de Jesus Cristo nas telas é interpretada por líderes da comunidade judaica como um estímulo
ao anti-semitismo.
"Ver peças sobre a paixão não
incita apenas a paixão pelo amor
em termos de cristãos, mas, ao
mesmo tempo, estimula e incita o
ódio aos judeus", diz Abraham
Foxman, diretor-executivo da Liga Antidifamação -associação
que combate o preconceito contra
os judeus.
O arcebispo de Nova York, Edward Egan, afirmou que não há
motivo para professar que os judeus foram os responsáveis pela
crucificação de Cristo.
Para o rabino Robert Levine, da
União de Rabinos de Nova York,
o filme é apenas "um evangelho
segundo Mel Gibson". Já William
Donahue, presidente da Liga Católica, o roteiro dirigido por Gibson mostra uma "verdade dura"
dos evangelhos, mas não traz uma
mensagem de anti-semitismo.
Em Nova York, num cinema localizado no Upper East Side, não
havia fila minutos antes da primeira sessão do filme, ao meio-dia de ontem (14h em Brasília).
Em outros pontos dos EUA, porém, a estréia foi recebida com furor. Grupos formados por membros de igrejas -católicas e protestantes- compraram ingressos
antecipados para assistir ao filme.
O site da Associação Nacional dos
Evangélicos vende ingressos para
o que chama de "a maior estréia
da história do cinema". O filme
está em cartaz em mais de 4.600
salas no país.
O apreço pelo filme não foi consensual. "Eu me senti distanciado
de Jesus por causa da violência.
Não consegui me identificar com
ele", diz Philip L. Blackwell, reverendo da Primeira Igreja Metodista Unida de Chicago.
(CÍNTIA CARDOSO)
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