São Paulo, terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

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Crítica

Por que o Oscar se esquece de Brian de Palma?

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Já que estamos em época de Oscar, não custa perguntar: por que será que Brian de Palma nunca é indicado para o prêmio da Academia?
Haverá dezenas de explicações plausíveis. O fato é que ninguém mais se lembra de, digamos, "Shakespeare Apaixonado", mas não se esquece de, por exemplo, "Carrie, a Estranha" (FX, 22h).
Carrie, todos hão de se lembrar, é a garota vitimada pela repressão da mãe religiosíssima e, ao mesmo tempo, pelas avançadas colegas de colégio. Existe de tudo aí: do terror da sexualidade ao sadismo juvenil (resquício, talvez, do sadismo infantil), passando pelo sangue, pela descoberta do outro.
De Palma coloca tudo isso em seu filme, e não ao acaso. Tudo tem seu lugar, tudo conforma uma série de questões pertinentes ao angustiante momento de passagem da infância à idade adulta.
É claro que a tudo isso falta seriedade, respeitabilidade etc., enfim, essas pompas que o Oscar tanto cultiva.


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