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Crítica
Por que o Oscar se esquece de Brian de Palma?
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Já que estamos em época de
Oscar, não custa perguntar: por
que será que Brian de Palma
nunca é indicado para o prêmio
da Academia?
Haverá dezenas de explicações plausíveis. O fato é que
ninguém mais se lembra de, digamos, "Shakespeare Apaixonado", mas não se esquece de,
por exemplo, "Carrie, a Estranha" (FX, 22h).
Carrie, todos hão de se lembrar, é a garota vitimada pela
repressão da mãe religiosíssima e, ao mesmo tempo, pelas
avançadas colegas de colégio.
Existe de tudo aí: do terror da
sexualidade ao sadismo juvenil
(resquício, talvez, do sadismo
infantil), passando pelo sangue, pela descoberta do outro.
De Palma coloca tudo isso
em seu filme, e não ao acaso.
Tudo tem seu lugar, tudo conforma uma série de questões
pertinentes ao angustiante
momento de passagem da infância à idade adulta.
É claro que a tudo isso falta
seriedade, respeitabilidade
etc., enfim, essas pompas que o
Oscar tanto cultiva.
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