da Reportagem Local

Para Gilberto Gil, a premiação a "Quanta Gente Veio Ver" corrige uma injustiça da crítica brasileira, que não recebeu o CD com entusiasmo em seu lançamento, no ano passado.
"Fiquei contente até por ser esse disco. É um dos meus três melhores trabalhos", disse, por telefone, de Salvador, colocando-o lado a lado com "Refavela" (77) e "Realce" (79).
Tendo a premiação contrariado suas expectativas -ele dizia que não acreditava que pudesse ganhar-, ele faz uma leitura política da vitória. "Eu achava que seria politicamente correto o Brasil não vencer neste ano, já que venceu no ano passado. Pensei que fosse ser a África", diz.
"Já que fui contrariado nessa leitura, estou lendo um pouquinho politicamente o prêmio. Pode ser um sintoma na área institucional. O Brasil se insinua como um lugar privilegiado da produção de música."
O efeito que ele diz esperar do prêmio é uma ampliação de sua carreira nos Estados Unidos. "Coincidentemente, vou fazer uma turnê pelos EUA em agosto ou setembro, que não fazia há muito tempo. Acho que pode ajudar nesse sentido."
E quanto à MPB? "Para a instituição chamada MPB pinga uma gosta de catalisador. São dois anos seguidos, dois artistas com projeção mundial razoável. Acho que eu e Milton fomos até mais premiados por conjunto de obra." (PAS)


Texto Anterior: Gil leva Grammy de world music em ano de mulheres
Próximo Texto: Ninguém vai para casa sem um premiozinho
Índice