São Paulo, Sexta-feira, 26 de Fevereiro de 1999
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Museu do Prado exibe a visão dos holandeses

do enviado a Madri

Do outro lado do Paseo de Recoletos, quase em frente à Casa da América, o museu do Prado abriga toda uma sala dedicada à reflexão sobre os sentidos na pintura holandesa do século 17.
Mesas fartas, concertos de aves, jardins floridos, animais peçonhentos, espelhos e lentes representam os cinco sentidos: visão, audição, olfato, tato e paladar (veja quadro nesta página).
Os trabalhos mais emblemáticos da sala foram feitos por Jan Brueghel (1568-1625) com colaboração de Rubens (1577-1640). São telas que combinam uma visão alegórica e mitológica com os dilemas espirituais e cotidianos do homem.
Trata-se de uma série que homenageia cada um dos sentidos.
Em "Visão", um cupido apresenta a Vênus a tela "A Cura do Cego", que mostra Cristo como aquele que pode recuperar não apenas a visão física do homem, mas também a espiritual.
Em "Tato", o contato físico se dá a partir do beijo entre Vênus e o Amor. A tela traz ainda um falcão, ave que, apesar de também ser associada à visão, relaciona-se com o tato, pois repousa no braço do caçador.
"Paladar" traz um sátiro servindo um grande cálice a uma ninfa. No primeiro plano, em uma mesa abundante, repousam faisões, patos, coelhos, cervos, javalis e toda sorte de animais comestíveis.
"Olfato" apresenta Vênus e um cupido repousando em um jardim ao ar livre ao lado de esquilos e um cão. Em "Audição", é Vênus quem toca a lira para os ouvidos atentos de cupido e de um cervo (animal símbolo desse sentido). (CF)


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