|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
POLÍTICA CULTURAL
Edital 2001 iniciou mudanças no benefício da renúncia fiscal
Secretaria auditará Lei Mendonça
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
A Lei Mendonça -versão da
cidade de São Paulo para o benefício da renúncia fiscal- começou
a sofrer uma cirurgia. Publicado
no "Diário Oficial" do município
na última quarta-feira, o edital
2001 da lei traz 27 alterações em
relação à sua versão anterior, de
fevereiro de 2000.
O documento procura evitar e
corrigir possíveis desvios no uso
da lei, que prevê a destinação de
um montante mínimo de 2% e
máximo de 5% das arrecadações
municipais de ISS e IPTU a projetos culturais.
A projeção da Secretaria de Finanças para o atual exercício é de
R$ 1,6 bilhão de arrecadação de
ISS e de R$ 1,3 bilhão de IPTU.
"Observei distorções muito
grandes em projetos aprovados
no passado", diz o secretário municipal de Cultura, Marco Aurélio
Garcia. O cerco às distorções não
ficará restrito aos novos critérios
do edital (veja ao lado). Garcia
anunciou que irá determinar uma
auditoria retrospectiva de todo o
período de vigência da lei, sancionada em dezembro de 1990.
Nos últimos cinco anos, foi autorizada, por meio da Lei Mendonça, a captação de R$
195.417.700,00, dos quais R$
73.862.236,52 foram utilizados.
"Precisamos ter conhecimento
do que significou a aplicação da
Lei Mendonça nesses dez últimos
anos: o que os projetos representaram, que público beneficiaram,
se há um equilíbrio entre as diversas áreas contempladas etc.", afirma Garcia.
O secretário se reuniu com a comissão de averiguação e avaliação
de projetos culturais -composta
de 26 membros voluntários, entre
titulares e suplentes- para "expor as preocupações" em relação
à aplicação da lei. Ficou acertado
que a comissão contará com mais
subsídios do corpo técnico da secretaria para implementar avaliações criteriosas dos orçamentos
constantes nas propostas apresentadas. Em junho, quando se
encerra o mandato da atual comissão, ela deverá ser em grande
parte reformulada.
O secretário considera a possibilidade de promover mudanças
permanentes na lei: "Minha idéia
é propor à prefeita um novo decreto que revogue os anteriores e
consolide uma nova posição, incorporando o que agora incluímos no edital e outras medidas de
salvaguarda que nos parecem importantes", diz.
Recursos
A nova posição a que Garcia se
refere é primordialmente a da
não-concentração de recursos.
"Não pode haver duas secretarias
da Cultura, uma que arca com todos os custos -como gastos de
manutenção de equipamentos e
pagamento de funcionários- e
uma "secretaria do B", que é aquela que recebe recursos e faz o que
bem entender", diz.
A Lei Mendonça admite a apresentação de projetos também pelo poder público, além de artistas
e instituições privadas. Garcia
pretende utilizar o expediente para viabilizar iniciativas da Secretaria Municipal de Cultura. "Nós
vamos disputar recursos, até porque não os temos", diz.
O prazo estabelecido para a inscrição de projetos foi aberto no
dia 21 de março (data de publicação do edital) e se estende até o dia
31 de outubro. Este ano serão
aceitas inscrições encaminhadas
por correio.
Texto Anterior: Ouça entrevistas no site da inglesa BBC Radio 1 Próximo Texto: Novos critérios Índice
|